As cidades cearenses de Sobral e Fortaleza foram destaque na primeira edição do Ranking de Competitividade dos Municípios, ficando, respectivamente, em 3º e 4º lugares entre as cidades do Nordeste. O levantamento analisa dados sobre gestão pública, indicadores de programas e políticas públicas. Observando as dez cidades mais competitivas da Região, quatro são cearenses. Além de Sobral e Fortaleza, Crato (9º) e Quixeramobim (10º) aparecem na lista.
Realizado pela primeira vez pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Gove e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o ranking utiliza dados autodeclaratórios dos municípios, que normalmente já são disponibilizados para a população.
A pesquisa considera os municípios com mais de 80 mil habitantes. As notas foram elaboradas a partir de 55 indicadores, distribuídos em 12 pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública dos municípios brasileiros: Sustentabilidade Fiscal; Funcionamento da Máquina Pública; Acesso à Saúde; Qualidade da Saúde; Acesso à Educação; Qualidade da Educação; Segurança, Saneamento e Meio Ambiente; Inserção Econômica; Inovação e Dinamismo Econômico; Capital Humano; e Telecomunicações.
Para obter seu resultado, Sobral foi destaque em Educação, item com o segundo maior peso no levantamento, atrás apenas de Inovação e Dinamismo Econômico. O levantamento destaca a gestão de educação sobralense como "uma referência de resultados educacionais no Brasil", com ótimo resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e com potencial de crescimento na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Sobral recebeu nota máxima e melhor colocação do Brasil em dois dos três indicadores de Educação do ranking. O que minou o resultado da cidade foi a segurança pública, uma das cinco piores do levantamento. Os resultados mais críticos na cidade foram nos indicadores de Mortes Violentas Intencionais e Mortalidade de Jovens por Razões de Segurança.
Quanto a Fortaleza, vale destacar o resultado na dimensão da administração das instituições que inclui o funcionamento da máquina pública e finanças, ficando entre as 30 melhores do País, juntamente com Recife-PE, as duas únicas cidades do Nordeste no grupo. Ponto negativo no resultado fortalezense diz respeito à segurança pública e saneamento básico, além de resultado aquém no acesso à saúde.
Outras cearenses no ranking, Quixeramobim e Iguatu são destaques em Acesso à Educação, ficando entre as cinco melhores neste quesito, com resultados impulsionados por causa da quantidade de alunos em tempo integral no ensino fundamental. Neste parâmetro, inclusive, Quixeramobim foi o mais bem avaliado do País, com nota máxima. A cidade ainda foi além e conseguiu ficar entre as cinco melhores do Brasil no resultado de Inserção Econômica, puxado pelo seu crescimento na oferta de empregos formais.
Já Quixadá foi destaque em nos dados de Capital Humano, com bons resultados na taxa bruta de matrícula no ensino técnico e profissionalizante. E Aquiraz foi a melhor em cobertura de atenção básica no pilar de Saúde.
Wandemberg Almeida, membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), diz que a atenção e priorização da política de educação no Estado permitirá crescimentos duradouros na competitividade dos municípios. No entanto, observa, os indicadores de segurança são preocupantes, o que mostra ser necessária uma adaptação no plano para o setor.
"É importante colocar que o relatório vai fundamentar políticas públicas de maior qualidade, monitorando e implementando políticas de base. Essa maior atenção vai permitir maiores crescimentos no futuro", reforça.
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