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Cearenses estão entre os que mais ampliam volume de recursos em bolsa em 2021
Economia

Cearenses estão entre os que mais ampliam volume de recursos em bolsa em 2021

Em maio deste ano, foram mais de R$ 8,7 bilhões investidos na bolsa brasileira, segundo a B3. Alta de 178,42% em relação a igual período de 2020, o segundo maior crescimento no País
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Juvêncio Viana, 24 anos, empresário, é um dos cearenses que ampliou os investimentos na bolsa durante a pandemia (Foto:  Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Juvêncio Viana, 24 anos, empresário, é um dos cearenses que ampliou os investimentos na bolsa durante a pandemia

Em maio deste ano, o valor investido por cearenses na bolsa brasileira, a B3, chegou a R$ 8,13 bilhões. É quase três vezes mais do que o montante aplicado no mesmo mês do ano passado (R$ 2,92 bilhões). E, embora ainda esteja distante do volume de recursos que é movimentado por estados com maior tradição nesta modalidade de investimentos e de economia mais pujante como São Paulo, que chega a R$ 254 bilhões, esse aumento de 178,42% foi o segundo mais expressivo no País.

Está atrás apenas do crescimento observado no Maranhão (527,06%), que saltou de um total aplicado na B3 de pouco mais de R$ 850 milhões, em maio do ano passado, para R$ 5,3 bilhões, no mesmo mês deste ano.

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Do total investido no Brasil, de R$ 533,19 bilhões, os investidores cearenses respondem por apenas 1,52%. É o nono, entre os estados, em termos de participação no ranking nacional. Em 2020, era o 11º. O primeiro lugar, disparado, continua sendo São Paulo, que responde sozinho por 47,64% de todo volume de recursos aplicados na bolsa brasileira.

E não se trata apenas de quantidade de dinheiro investido em ações. No Ceará, o número de pessoas físicas que possuem conta na B3 vem evoluindo de forma exponencial nos últimos anos. Em 2018, eram pouco mais de 8,7 mil pessoas; no ano seguinte saltou para 17,5 mil e, em maio de 2020, chegou a 46,4 mil investidores. Neste ano, já são mais de 73,7 mil cearenses investindo na bolsa. Aumento de 58,79% e acima da média brasileira (50,53%).

Evolução da participação dos cearenses na B3
Evolução da participação dos cearenses na B3 (Foto: Luciana Pimenta)

Daniel Demétrio, sócio da M7 Investimentos, explica que esse é um movimento interessante que vem sendo observado não só no Ceará, mas em todo Brasil, e que tem relação com a mudança no cenário de juros brasileiros.

"No Brasil temos histórico de taxa de juros alta, então, as pessoas não precisavam correr muito risco para conseguir uma boa rentabilidade. Não faz muito tempo, tínhamos juros de 14% ao ano, hoje, apesar de ter subido um pouco, ainda estamos falando de taxas de 3% ao ano. Ou seja, caiu rápido e substancialmente, o que fez os investidores perceberam que era preciso inserir um pouco mais de volatilidade e risco em suas alocações em carteira".

Ele também acrescenta que o avanço tecnológico no mercado financeiro também tem favorecido a ampliação e simplificação do acesso das pessoas físicas a outras modalidades de investimentos, como, por exemplo, às BDRs, que são títulos de empresas brasileiras negociadas no exterior.

No Ceará pode estar também contribuindo para esse fenômeno o fato de mais empresas cearenses estarem abrindo capital. Nos últimos quatro anos, Aeris Energy, Pague Menos e Hapvida fizeram IPO (oferta inicial de ações) e se somaram a uma lista de empresas cearenses de capital aberto que conta também com nomes como M. Dias Branco, Enel e Banco do Nordeste (BNB).

"Ter mais empresas cearenses abrindo capital e se mostrando no cenário nacional de ações gera também, de certa forma, curiosidade, principalmente, para aquele investidor médio, que já tinha interesse em entrar no mercado de capitais, mas se sentia distante das empresas. Hoje a gente tem empresas como Pague Menos e Hapvida, que estão no dia a dia das pessoas e que eles, muitas das vezes, são clientes", acredita o economista Ricardo Coimbra, membro do conselho diretor da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Brasil).

Ele explica que não são apenas as pessoas que já dispõem de uma faixa de renda mais alta que estão focando neste mercado. O surgimento de mais empresas de consultoria especializadas em investimento no Estado, o avanço tecnológico e a disputa por redução de custos também têm atraído muitos investidores pequenos. "Hoje é possível fazer operações pelo próprio smartphone. Essa facilidade e, em alguns casos, a isenção de algumas cobranças por parte das empresas, faz com que aqueles pequenos investidores, muitas vezes jovem, também se interessem pela compra e venda de ações".

Coimbra também ressalta que a forma como a B3 vem conseguindo se recuperar neste período de pandemia é outro fator que influencia. "A Bolsa, mesmo após forte queda, vem em um processo de retomada gradual e constante e já está acima do nível pré-pandemia. Isso traz ao investidor uma outra perspectiva, de recuperação, e sem contar que existe aí uma expectativa de crescimento maior porque a economia brasileira ainda está longe de voltar ao patamar de antes."

 

Cinco dicas para quem pretende começar a investir em ações

1. O primeiro passo para investir em ações é buscar conhecimento. Não é preciso virar um expert no assunto, mas é importante ter um conhecimento básico sobre como o mercado de capitais funciona até para não fazer um mal negócio ou frustrar as suas expectativas. Procure saber mais também sobre as empresas que pretende investir.

2. Comece destinando apenas uma parte dos seus recursos em ações e, conforme for ganhando confiança, vai ampliando os aportes.   

3. Se não tiver domínio de como é a dinâmica do mercado, é interessante buscar ajuda profissional na hora de escolher os investimentos. Mas fique atento porque muitas delas cobram taxas que outras não cobram, assim como umas possuem melhor reputação no mercado do que outras.

4. As suas escolhas devem estar alinhadas aos seus objetivos financeiros, seu perfil como investidor e o prazo em que pretende alcançá-los. Rentabilidades maiores, via de regra, implicam em se expor a riscos maiores. 

5. Diversifique investimentos Ao montar sua carteira, procure investir em empresas de diferentes setores da economia porque isso traz proteção maior ao investimento.

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