A demanda por pacotes de viagens cresceu escalonadamente mês a mês desde o fim da segunda onda da pandemia no Brasil. Isso fez com que as viagens voltassem a ser permitidas e, mesmo com algumas restrições, o Nordeste foi o principal destino dos turistas brasileiros. Porto de Galinhas-PE, Salvador-BA e um forte crescimento por pacotes em Jericoacoara. No Sul, o principal destino é Gramado-RS, que aparece entre os cinco pacotes mais comercializados.
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Os dados foram os destaques na análise semestral da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). Ainda de acordo com o presidente da entidade, Roberto Nedelciu, neste início de segundo semestre também se consolidou a demanda por viagens internacionais e pacotes para Réveillon, que já tem crescimento e poucas vagas restantes.
Por enquanto, o turismo nacional continua sendo o foco. A sensação de segurança com o avanço da vacinação e a aposta do setor em promoções para o período de férias, foram fatores importantes para que, em junho, 78% dos embarques realizados fossem relativos a novas vendas realizadas pelas operadoras de turismo.
No caso dos destinos do Nordeste, os principais emissores são do Sudeste. A Azul Linhas Aéreas, por exemplo, anunciou em junho um reforço na oferta de voos ao Ceará, com frequências diárias ligando Belo Horizonte-MG a Jeri. Fortaleza, Juazeiro e Aracati também foram beneficiadas.
Nedelciu ainda aponta que ainda há espaço para o desenvolvimento de mais destinos, por isso é necessário fomento e desenvolvimento de estudos para encontrar soluções que auxiliem os operadores de viagens. "É importante que a gente faça um trabalho para distribuir melhor os turistas entre os destinos que não são tão conhecidos e novos".
Por conta da pandemia, foi notada uma mudança no hábito de consumo dos clientes nesta retomada. Os viajantes estão preferindo comprar o pacote em cima da hora do embarque. De acordo com os dados da Braztoa, viagens compradas com menos de um mês de antecedência para o embarque cresceram 34%. E as que foram compradas a menos de dez dias, aumentaram 40%.
Marina Figueiredo, vice-presidente da Braztoa, destaca que isso ainda se refere ao receio quanto às restrições sanitárias do destino. Mas, também, de ofertas que aparecem por causa da baixa ocupação de voos e hotéis. "Há a questão da segurança. Se estou viajando daqui dez dias eu tenho um controle maior de como vai estar a situação e o cenário. A gente entende que esta questão de segurança pesa bastante na decisão de viagem das pessoas".
Sobre as preferências, o principal segmento comercializado foi relacionado ao Lazer e Diversão. Seguido da demanda por produtos de Luxo e Sol e Praia, esses foram os segmentos mais representativos nos primeiros seis meses do ano antes do mesmo período de 2019.
Outra mudança captada pelo levantamento da Braztoa foi a duração da viagem, que, antes da pandemia, durava mais dias. Mas, cresceu a demanda por viagens curtas, de até quatro dias. Ao montar um perfil, o levantamento destaca o público mais jovem, de até 30 anos, como os adeptos a viagens curtas. Eles buscam por promoções, principalmente no ambiente online e preferem destinos no Nordeste.
Já o turista do internacional, que preferiu destinos, especialmente no Caribe e outros exóticos, como Egito e Maldivas, possuem maior poder aquisitivo, são adeptos a viagens mais longas e preferem por serviços de luxo, com maior ticket médio e experiências personalizadas.