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Bolsa cai ao menor nível desde março; Dólar vai a R$ 5,3261
Economia

Bolsa cai ao menor nível desde março; Dólar vai a R$ 5,3261

Ações e câmbio. Reflexos de incertezas
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Tipo Notícia

Em dia negativo também no exterior, os ativos brasileiros reagiram mal ao feriado do 7 de Setembro, em que o presidente Jair Bolsonaro parece ter queimado as caravelas ao dobrar a aposta contra as instituições, especialmente o Judiciário, personificado no ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que presidirá o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022 e, atualmente, é o responsável pela condução de inquérito sobre atividades antidemocráticas.

Resultado: juros futuros pressionados, câmbio de volta a R$ 5,32 na máxima e no fechamento ( 2,89%, a R$ 5,3261), enquanto o Ibovespa, na mínima intradia desde 25 de março, foi hoje a 113 172,02 pontos, em queda de cerca de 4% no pior momento desta quarta-feira.

Saindo de abertura a 117.866,14, correspondente à máxima da sessão, do pico ao piso do dia, a 113.172,02, a variação foi de 4.694,12 pontos nesta volta do feriado. Mesmo com ganhos da ordem de 1,4% no Brent, Petrobras PN e ON acentuaram as perdas ao longo da tarde, para a casa dos 5%, com outros segmentos blue chip permanecendo também entre os mais punidos do dia, pela elevada liquidez dos papéis, como as ações de grandes bancos, em queda de até 6,35% (Bradesco ON) no fechamento, com giro financeiro a R$ 40,1 bilhões na B3 nesta quarta-feira.

Ao fim, em seu menor nível de fechamento desde 24 de março (112 064,19) e com sua maior queda diária, em porcentual, desde 8 de março (-3,98%), o índice da B3 mostrava baixa de 3,78%, aos 113 412,84 pontos, com os investidores especialmente atentos a dois discursos feitos nesta tarde: primeiro, o do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e depois, o do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.

Já fragilizado pelo ambiente avesso ao risco e ainda absorvendo a alta global do dólar na terça-feira (quando o pregão estava fechado por aqui), o real apresentou, de longe, o pior desempenho entre divisas emergentes, em um claro reflexo de aumento dos prêmios de risco por causa das incertezas locais.

Em alta desde o início dos negócios, o dólar chegou a tocar em R$ 5,30 já no fim da manhã. Mas o movimento mais agudo de depreciação do real veio ao longo da tarde, quando a moeda americana renovou sucessivas máximas e, já na reta final, rompeu o nível de R$ 5,32. Com oscilação de cerca de 12 centavos entre o ponto mais baixo e o mais alto, o dólar à vista fechou com valorização de 2,89%, a R$ 5,3261 (máxima do dia) - o maior valor desde 23 de agosto (R$ 5,3820) e a maior variação porcentual de fechamento desde 30 de julho (R$ 2,57%).

A piora adicional da alta do dólar no fim do dia se deu em meio a uma onda de zeragem de posições e demanda por proteção, na esteira do discurso duro do presidente do STF, ministro Luiz Fux, que avivaram a possibilidade de impeachment do presidente da República. Protestos de caminhoneiros favoráveis ao Bolsonaro ao longo de hoje, com bloqueios de estradas em diversos Estados, e manifestação em Brasília também contribuíram para agravar o quadro de incertezas. (Agência Estado)

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