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Economia do Ceará cresce acima do Nordeste e deve acelerar na reta final de 2021
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Economia do Ceará cresce acima do Nordeste e deve acelerar na reta final de 2021

Prévia do PIB | No acumulado do ano até julho, o nível de atividade econômica do Ceará subiu 4,53%, acima da média dos estados nordestinos (3,95%), mas abaixo da média brasileira (6,80%), segundo o Banco Central.
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Em Fortaleza, as praias do Futuro e de Iracema se destacam com mais postos adequados para banho (Foto: Fernanda Barros)
Foto: Fernanda Barros Em Fortaleza, as praias do Futuro e de Iracema se destacam com mais postos adequados para banho

A atividade econômica no Ceará cresceu 0,36 % na passagem de junho para julho. Os dados do Índice de Atividade Econômica (IBC-R), divulgados ontem pelo Banco Central, mostram que, no acumulado do ano, o ritmo da economia no Estado, de 4,53%, está melhor que a do Nordeste (3,95%), mas abaixo da média brasileira (6,80%). Analistas avaliam, porém, que a economia cearense tem mais chances de acelerar nesta reta final de ano.

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O IBC-R, considerado uma espécie de prévia do PIB, é utilizado pelo Banco Central para avaliar a evolução mensal da atividade econômica no País. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

No caso do Ceará, os dados mostram que, em comparação com julho de 2020, a alta é de 3,01%. Já em 12 meses, o crescimento foi de 2,87%. No trimestre, o nível de atividade econômica subiu 1,92% ante ao trimestre imediatamente anterior e 7,02% em relação a igual trimestre de 2020.

Já a economia do Nordeste apresentou variação positiva de 0,44% no mês e crescimento de 5,58%, no comparativo com julho de 2020, segundo dados do Banco Central. São percentuais melhores do que o do Ceará, mas quando se observa o ritmo de retomada em um horizonte maior, a média dos estados nordestinos está aquém tanto no acumulado do ano (3,95%), como em 12 meses (2,24%).

O economista Alcântara Macedo explica que, de maneira geral, já era esperado um resultado positivo da economia tanto Ceará, como Nordeste e Brasil, considerando que a base de comparação, 2020, estava muito baixa. E como o segundo semestre, historicamente, é mais aquecido que o primeiro, a tendência é de que esse desempenho ganhe ainda mais força nos próximos meses.

“Como em 2020 estávamos, economicamente falando, no fundo do poço, com grande parte da produção ociosa, para aumentar, não precisa muito. Então, assim, é certo que o PIB será melhor, mas a inflação alta e a instabilidade política tornam a recuperação mais complexa”.

E é justamente neste contexto, que o Ceará pode sair na frente. O presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), Ricardo Coimbra, explica que o processo de reabertura da economia foi mais lento que em outros estados, o que explica, inclusive, um ritmo de recuperação econômica abaixo da média do Brasil.

Mas, quando se olha o para frente, pelo próprio perfil da economia cearense, muito alicerçada em turismo e serviços, atividades que começaram a ganhar um maior fôlego no Estado somente agora, enquanto em outros lugares isso já foi computado, a previsão é de um descolamento acima da média.

“É muito provável que a gente consiga fechar o ano com um crescimento maior que o do Brasil. Ainda mais olhando o peso que turismo e serviços têm para economia do Ceará e que são setores que dependem do avanço da vacinação e do arrefecimento da pandemia, o que também está ocorrendo”.

Apesar de ser um dificultador para a economia como um todo, o dólar alto, como agora, para o turismo é positivo porque favorece as viagens domésticas e neste ponto, reside outra vantagem ao Ceará, avalia o vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), Eliardo Vieira.

“E o Ceará é o principal destino turístico do Nordeste, o que deve trazer um impacto grande para a economia”.

Para o ano que vem, no entanto, em todos os níveis, as previsões são mais conservadoras. “No curto prazo dessa reta final de ano, a expectativa é que a economia do Ceará permaneça bem e em destaque, mas a partir do ano que vem o crescimento será mais tímido, em função da própria eleição que tende a frear mais o ritmo de crescimento da economia”.

 

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