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Fortaleza espera receber até 10 navios em retomada de cruzeiros marítimos
Economia

Fortaleza espera receber até 10 navios em retomada de cruzeiros marítimos

Número é inferior, contudo, à marca de 13 cruzeiros obtida na temporada 2017-2018 e há baixa expectativa de que retorno ocorra ainda em 2021
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Incremento no mercado de cruzeiros é uma das apostas do setor logístico cearense com um eventual arrendamento do Terminal Marítimo de Passageiros de Fortaleza pela iniciativa privada (Foto: Mauri Melo/2018)
Foto: Mauri Melo/2018 Incremento no mercado de cruzeiros é uma das apostas do setor logístico cearense com um eventual arrendamento do Terminal Marítimo de Passageiros de Fortaleza pela iniciativa privada

Após a aprovação, no último sábado, 2, dos protocolos sanitários e a autorização para a retomada dos cruzeiros marítimos pelo Governo Federal, Fortaleza deve receber de 3 a 10 embarcações na temporada 2021-2022.

A média das últimas quatro temporadas, é de 8 embarcações, com pico de 13 na temporada 2017/2018, segundo dados da Companhia Docas do Ceará (CDC). Em nota, a instituição comemorou a decisão e disse acreditar que, com todos os cuidados sanitários tomados, este importante modal marítimo impulsionará a economia do País”.

Ainda conforme a CDC, até o momento estão previstas 3 atracações, mas o secretário de Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira, acredita que esse número pode chegar a 10 até o fim da temporada. O gestor pontua, no entanto, que nenhuma delas deve ocorrer ainda este ano, devido à complexidade envolvida na organização logística de uma rota turística de cruzeiro.

“Com essa determinação de agora, vai começar a haver uma programação para o ano que vem. Então se nós tivermos dez cruzeiros aqui será uma vitória. Nós vamos receber esses turistas de braços abertos. Isso será importantíssimo porque nunca o Brasil teve uma estratégia específica para esse tipo de turismo, que ainda é incipiente”, avalia o secretário.

Para efeitos comparativos, Pereira lembra que a média histórica anual de atracações de cruzeiros no Porto do Mucuripe é próxima à registrada semanalmente em Lisboa, capital portuguesa. “Mudar essa realidade exigiria uma estratégia em âmbito municipal, estadual e federal”, acrescenta. A propósito, os dados nacionais do turismo de cruzeiro mostram que o país representa cerca de 0,3% desse mercado em termos financeiros.

Na última temporada, antes da pandemia, os cruzeiros movimentaram cerca de R$ 842 bilhões em todo o mundo, dos quais o Brasil contribuiu com apenas R$ 2,24 bilhões. Quanto à geração de empregos, a participação nacional no mercado global desse modal sobe para 2,8%. Em 2019-2020, o País gerou 33.745 das 1,2 milhão de vagas de trabalho em cruzeiros. Já para 2021-2022, a expectativa da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil) é movimentar R$ 2,5 bilhões e criar 35 mil empregos.

Conforme Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil, "o retorno bem-sucedido da navegação é resultado de um trabalho conjunto extremamente técnico e criterioso". Nesse sentido, entre as principais medidas do protocolo sanitário aprovado pela Anvisa estão: testes pré-embarque em todos os hóspedes, com triagem rigorosa; tripulantes vacinados, com três testes antes de entrar em serviço e quarentena; uso de máscaras, distanciamento, ocupação reduzida, ar fresco sem recirculação, desinfecção e higienização constantes; além de um plano de contingência com corpo médico especialmente treinado.

Quanto ao número de rotas, a Clia Brasil projeta 130 rotas, com 570 escalas em 19 destinos nacionais. Além do Ceará, serão contempladas cidades nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Alagoas e Pernambuco. Segundo o secretário de Turismo de Fortaleza, outro ponto importante seria a integração de rotas regionais. “No passado, havia um cruzeiro que partia aqui de Fortaleza, passava por Recife e ia até Fernando de Noronha. É importante retomar esse tipo de roteiro”, defendeu.

“Esse filão turístico é muito importante porque envolve um tipo de visitante de alto poder aquisitivo, que deixa muitas divisas na cidade”, conclui Alexandre Pereira.

(Colaborou Samuel Pimentel)

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