O Complexo Industrial e Portuário Pecém (CIPP), em São Gonçalo do Amarante, deve contar a partir de 2026 com um Terminal de Uso Privado (TUP) que integrará a estrutura da ferrovia Transnordestina, obra iniciada em 2006 e ainda sem previsão para término, com o porto e com as rodovias ligadas a ele.
Vale lembrar que em julho do ano passado, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, anunciou que apenas o ramal Eliseu Martins (PI)-Pecém (CE) deveria ser tocado, deixando de fora a ligação com o Porto de Suape, em Pernambuco, prevista no projeto original da Transnordestina. No mês seguinte, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, admitiu a possibilidade de relicitação da obra para uma possível viabilização do ramal pernambucano.
O projeto do terminal foi apresentado ontem a empresas instaladas no CIPP (que conduz o processo de licenciamento) e a autoridades estaduais e municipais pela Nordeste Logística (Nelog). Segundo o diretor da empresa, José Roberto Correia Serra, as obras devem iniciar no próximo ano, gerando 2 mil empregos diretos na fase de obras que durará cerca de três anos e outros 6 mil diretos e indiretos, quando estiver funcionando em sua plenitude operacional.
Segundo o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Marcelo Ferreira Teles, “a ideia é que esses postos de trabalho fiquem na região e beneficiem outros municípios. Trabalharemos na capacitação da população para que possamos ter uma mão de obra qualificada e que atenda a demanda do Terminal”. O TUP Nelog ocupará uma área de 83,5 hectares, abrangendo quatro terminais para o transporte de minério de ferro, grãos agrícolas, fertilizantes e contêineres.
Conforme o líder do Fórum de Logística do CIPP e executivo da Tecer, Carlos Alberto Nunes, “a Transnordestina, no potencial que ela vai trazer, precisará de uma área totalmente integrada aos novos trens. Vamos supor que chegue um trem com 104 vagões. Ele precisa de uma estrutura ágil de terminal adaptada a esse porte de carga para poder movimentá-la no Porto do Pecém. Nosso sentimento é positivo quanto ao avanço do projeto da ferrovia”.
Já para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Ceará (Sinconpe), Dinalvo Diniz, “diante do investimento expressivo que será destinado ao terminal, essa será um empreendimento de grande importância para o setor da construção pesada do Ceará, que está carente de grandes obras. As empresas do setor estão preparadas e à disposição para dar todo o suporte necessário".
Emprego
As obras devem iniciar no próximo ano. Serão 2 mil empregos diretos na fase de obras e outros 6 mil diretos e indiretos, quando estiver funcionando em sua plenitude operacional