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Ceará registra demanda recorde por seguros de vida
Economia

Ceará registra demanda recorde por seguros de vida

Aumento de 18,8% na contratação deste tipo de serviços foi o quarto maior crescimento do Nordeste e nono do Brasil, computados ao longo de 2021
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MARIA CÉLIA optou por contratar seguro de vida por se preocupar 
com a saúde (Foto: Aurélio Alves)
Foto: Aurélio Alves MARIA CÉLIA optou por contratar seguro de vida por se preocupar com a saúde

Com movimentação em torno de R$ 21 bilhões no Brasil, conforme dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), o mercado de seguros de vida registrou forte expansão também no Ceará entre janeiro e novembro de 2021, segundo revela levantamento feito pela empresa MAG Seguros com exclusividade ao O POVO.

A pesquisa aponta crescimento contínuo nesse mercado na esfera estadual, tendo registrado recorde de novas contratações, após alta de 18,8% no número de seguros contratados ao longo do ano. 

O pico em 2021 dá sequência ao cenário positivo do setor mantido desde 2018 quando, pela primeira vez, o número de seguros pessoais contratados superou a demanda por seguros automotivos. 

Entre 2018 e 2019 houve um salto de 10% na demanda por seguros pessoais, individuais ou coletivos no Ceará. O aumento se manteve em ritmo menor entre 2019 e 2020, com alta de 8%, antes de registrar a evolução do ano passado. 

"É um crescimento histórico, muito influenciado pelo momento que estamos passando, mas mantém muito devido a novas pessoas que entraram no mercado e impulsionaram a comercialização de seguros", destaca David Martins, superintendente comercial da MAG no Ceará. 

Ele frisa ainda que há uma mudança cultura com relação aos seguros de vida. "Quando falávamos de contratar um seguro de vida no Ceará há 10 anos, as pessoas diziam: 'você tá me agorando, quer que eu morra logo'. Mas, agora, o seguro representa uma parte importante do planejamento familiar de muita gente."

No Estado, os principais mercados ainda se concentram nas grandes regiões metropolitanas da capital cearense, de Sobral, do Crato e de Juazeiro do Norte. Apenas na Grande Fortaleza, a demanda aumentou em 7,5% em 2021, conforme destaca David. 

Com relação aos cearenses que mais adquiriram seguros no Ceará, não há uma grande diferenciação de gênero. "Temos hoje, quase uma equidade, alguns meses os novos clientes são 49% homens e 51% mulheres, em outros isso se inverte, mas sempre nessa paridade", detalha.

A idade, porém, da maioria dos clientes, é de 30 a 35 anos, com carteira assinada e renda entre R$ 2 mil e R$ 3 mil mensais. O ticket médio gasto pelos contratantes de seguros de Fortaleza chega a R$ 230 por mês.

David destaca que há ainda no mercado uma demanda reprimida pela falta de conhecimento do funcionamento do sistema de seguros pessoais. "Muitos dos novos clientes dizem que esperavam ter que gastar três, até quatro vezes mais do que o realmente necessário para contratar um seguro pessoal", pontua.

No Estado, os adultos jovens são a maior parte dos contratantes, mas o perfil de planos de seguro se voltam para toda a família. "As pessoas estão mais conscientes com relação a isso, e a pandemia aumentou a preocupação com o planejamento familiar com relação a eventuais ausências dos provedores de renda de cada lar." 

No ano passado, o valor arrecadado de vendas pela MAG nacionalmente com venda de seguros pessoais foi de R$ 37 milhões e, para este ano, a projeção de crescimento varia entre 16% e 22%, impulsionado por um janeiro de 2021 com vendas com saldo maior do que o computado em 2021. 

O foco, no Estado, será de expansão de clientes e oferta da nova cartela de seguros. "Temos seguros para doenças, para cirurgias, voltados para Pet, uma infinidade de pacotes que adequamos sempre à realidade de cada cliente. O Ceará tem um mercado muito grande a ser explorado, principalmente no interior, e pelo menos para os próximos cinco anos, não vejo um crescimento anual menor do que 10%", complementa David. 

Para impulsionar a exploração de mercado no Estado, que atualmente representa o oitavo maior de seguros do Brasil, a MAG manterá o programa de treinamento de vendedores de seguros anuais, por meio do qual, seleciona, financia o treinamento, formação e registro de até 30 novos corretores de seguro, visando a contratação para aumentar as vendas da empresa.

"Às vezes, as pessoas querem ter um seguro, mas por falta de informação não se abrem para a ideia. Falta o mercado se reinventar e se abrir mais para essas pessoas, com menores renda. É isso que estamos buscando no Ceará e no Brasil", explica. 

Voltando a falar de números nacionais, quando se soma a esse mercado, outras formas de seguros que incluem serviços privados em casos de invalidez, acidente ou doença, entre outros, também chamados seguros de pessoas, o total de prêmios chega ao montante de R$ 46,4 bilhões no País, conforme a Fenaprevi.

FORTALEZA, CE, BRASIL, 06-02.2022: Maria Celia. aumento do número de seguros de vida no Ceará, Dona Maria Celia fez o seu seguro de vida. em epoca de COVID-19. (Foto:Aurelio Alves/ Jornal O POVO)
FORTALEZA, CE, BRASIL, 06-02.2022: Maria Celia. aumento do número de seguros de vida no Ceará, Dona Maria Celia fez o seu seguro de vida. em epoca de COVID-19. (Foto:Aurelio Alves/ Jornal O POVO)

A decisão de se proteger na pandemia

Uma das cearenses que aderiram aos seguros de vida em 2021 foi a diarista Maria Célia, de 53 anos. Por indicação, ela entrou em contato, ainda receosa, com a MAG seguros e encerrou a reunião contratando o serviço, sem intenção de cancelamento.

"Eu sempre achei que era uma coisa muito cara, quando vi que cabia no meu bolso, não pensei duas vezes e enquanto eu tiver forças para trabalhar e pagar, vou manter o seguro", destaca.

"Com o mundo do jeito que está hoje, a gente nunca sabe o que pode acontecer e o nome já diz né, seguro, é muito bom termos segurança que vamos ter condições de lidar com o que for que aconteça", complementa.

Maria comenta ainda que os R$ 80 que paga por mês ao seguro retornam na sensação de ter segurança e diz recomendar o serviço para todos os conhecidos e familiares.

A maior preocupação da cearense é em casos eventuais de problemas de saúde, já que trabalha por conta própria e depende de diárias para construir a renda do mês. Além disso, enquanto mãe, diz ver no seguro uma chance de cuidar dos filhos em todas as situações.

"Sou só eu e meu filho para tudo, ele já tem 30 anos, mas, às vezes, parece que tem cinco. A gente quando vira mãe não para de cuidar nunca. É isso que eu quero fazer, e já mandei ele fazer um para ele também", detalha.

Por enquanto, o pacote fechado por ela diz respeito apenas à seguridade para si e não representa planos de previdência privada. Apesar disso, ela não destaca, no futuro, a depender das condições financeiras, em expandir para uma categoria com mais benefícios.

 

O que foi destaque de contratação no Brasil

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) divulgou dados gerais do setor no Brasil, que arrecadou R$ 275,21 bilhões no acumulado até novembro, o que corresponde a R$ 31,96 bilhões a mais ante igual período de 2020.

Em termos percentuais, o acumulado de 2021 apresentou crescimento de 13,1% e o arrecadado superou o total de receitas do setor em todo o ano de 2020, quando bateu R$ 274,11 bilhões.

A pesquisa mostrou que os segmentos de seguros apresentaram salto de 14,5% no acumulado até novembro e que seguro de vida foi destaque, atingindo R$ 21,08 bilhões, alta de 17,3% ante igual período de 2020.

Já a sinistralidade do seguro de vida, individual e em grupo, atingiu 52% em novembro de 2021, ligeiramente acima do valor observado em outubro, quando foi de 50,2%, interrompendo uma série de seis meses consecutivos de queda, desde o pico de sinistralidade dessa linha de negócio, em abril de 2021, quando atingiu 97,3%.

Conforme o levantamento da Susep, seguros de danos continuaram apresentando forte desempenho, com alta de 13,6% na arrecadação de prêmios no acumulado de 2021. Sem o mercado auto, o crescimento é ainda maior, 18,1%. Já a arrecadação de prêmios no seguro auto atingiu R$ 34,34 bilhões, 8% superior a 2020.

Negócio rural também foi destaque, com aumento de 38,7%. Os seguros das linhas responsabilidade civil (RC), transporte e patrimoniais se destacaram, com alta acima de 20% na arrecadação de prêmios em 2021.

 

Panorama do mercado no Estado

Ceará representa hoje o oitavo maior mercado de seguros do Brasil, após quatro anos de expansão.

Na passagem entre 2018 e 2019, o Estado computou crescimento de 10%

Entre 2019 e 2020, o crescimento foi de 8%

E de 2020 para 2021 houve um salto de 18,8%

Atualmente, as regiões metropolitanas de Fortaleza, Sobral, Crato e Juazeiro do Norte são os principais mercados
no Estado. 

O perfil do contratante de seguro no Ceará apresenta uma equidade de gênero, na faixa etária de 30 até 35 anos, com foco em planos familiares e com renda mensal média de dois ou três salários mínimos. 

 

Queixas

Para formular reclamação à seguradora, os consumidores podem realizar pelo site susep.gov.br), o Disque SUSEP - 0800 021 8484 ou (21)3806-9801.

 

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