Ao mesmo tempo que a qualificação profissional é pré-requisito no acesso a empregos de alta renda, o valor da formação tem se tornado um dos principais gargalos para os estudantes. A pesquisa "Visão Educacional do Brasileiro", conduzida pela Hibou Monitoramento de Mercado e Consumo, aponta que 66,8% dos brasileiros têm nos valores das mensalidades e das matrículas os principais empecilhos na formação profissional.
Esta interpretação, curiosamente, é observada em maior parcela nos lados opostos da sociedade, "sendo citado por 74,5% nas classes D e E e por 71,4% na classe A ." Os dados foram encomendados pela startup PontoE e repassados em primeira mão ao O POVO.
"É interessante ver que oito em cada dez brasileiros (80,1%) acreditam que a Educação é a única forma de melhorar o país. Existe um desejo pela qualidade, tanto para as famílias com filhos em escolas particulares quanto em públicas, ou mesmo brasileiros que apenas estão pensando no crescimento da sociedade." - afirma Ligia Mello, diretora de pesquisa do PontoE - "E isso se traduz nos 65,8% que acreditam que novos cursos de extensão serão cada vez mais necessários antes do jovem adulto poder ingressar no mercado de trabalho."
Pensados para complementar a formação profissional e exigidos em muitos currículos, o valor dos cursos extracurriculares são outro desafio: "87,3% acreditam que eles, apesar de necessários, apresentam um custo alto frente ao orçamento das famílias."
Já o material didático vira parcela de cartão de crédito para 36,5% das famílias. "Incluindo parcela única e uso de limite da conta corrente, esse número sobe para 48,3%", aponta a pesquisa.
A PontoE encomendou os dados justamente para montar a estratégia de atuação, uma vez que a empresa atua no mercado de educação. A plataforma reúne diversas marcas e lojas com política de cashback o qual só pode ser transferido para despesas com educação, "como pagamento de mensalidade de instituições de ensino, compra de computadores e material escolar."
Tática que mira 10 milhões de brasileiros nos próximos três anos, fazendo girar R$ 3,4 bilhões no País. "Acreditamos que a tecnologia é uma solução para os diversos problemas financeiros que as famílias brasileiras vêm enfrentando em relação à educação", diz Chris Ranoya, CEO da startup.
O que indica a pesquisa?
66,8%
dos brasileiros consideram que os valores das mensalidades e matrículas estão entre os principais obstáculos para a Educação.
42,8%
afirmam que o custo dos materiais didáticos e de equipamentos destinados aos estudos também representa um desafio.
87,3%
acreditam que cursos extracurriculares, apesar de necessários, apresentam um custo alto frente ao orçamento das famílias.
36,5%
das famílias parcelam os gastos com educação no cartão de crédito.
80,1%
acreditam que a Educação é a única forma de melhorar o País.
65,8%
acreditam que novos cursos de extensão serão cada vez mais necessários antes do jovem adulto poder ingressar no mercado de trabalho.
Fonte: Hibou Monitoramento de
Mercado e Consumo
Contas
No final do ano, a conta também acaba afetando o orçamento familiar e 67,8% dos pais entrevistados com filhos nas escolas particulares, que já precisaram negociar descontos no valor da matrícula ou das mensalidades visando a manutenção das crianças na instituição