Entre as negociações que o Governo do Estado mantém com a China criou-se uma possibilidade com a Great Wall Motor (GWM), maior montadora de veículos chinesa de capital 100% privado, que anunciou na última quarta-feira (16), chegada ao Brasil, no interior de São Paulo. As informações são do secretário para Assuntos Internacionais do Estado do Ceará, César Ribeiro.
“A Great Wall Motors (GWM), que é a maior fábrica de automóveis privada na China, e que abriu uma fábrica no Brasil, em Iracemápolis (SP), pode terceirizar uma parte da produção, como por exemplo, as baterias dos veículos, e quem sabe o Ceará e sua Zona de Processamento de Exportação (ZPE) possam ser um alvo. O Ceará está preparado para receber esses investimentos”, declara.
A fábrica da empresa no Brasil, que antes pertencia à Mercedes-Benz, vai produzir veículos elétricos, como SUV e picape. A previsão é de atingir capacidade instalada de 100 mil veículos por ano. O investimento anunciado é de R$ 10 bilhões até 2032 no Brasil, sendo R$ 4 bilhões até 2025.
Pedro Bentancourt, CEO da GWM, comunicou que a empresa espera que até 2025 ou 2026, obter um índice de 50% de nacionalização dos seus produtos. “A eletromobilidade é um fenômeno irreversível e inexorável e a nossa fábrica de Iracemápolis será a primeira fábrica fora dos Estados Unidos, no continente americano, que produzirá veículos eletrificados híbridos e puramente elétricos”, disse. A expectativa é que os veículos híbridos sejam híbridos flex, possíveis de serem abastecidos com etanol.
O Ceará tem algumas parcerias institucionais com a China em desenvolvimento na área da educação superior com a cidade chinesa de Dalian. Na área diplomática, comercial, institucional e da saúde com a província de Fujian. Já com os Estados Unidos, está aguardando ser assinado um Memorando de Entendimento para trocas entre os dois países.
Ribeiro ainda explana que a secretaria tem acompanhado os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia. “Estamos atentos aos efeitos do mercado internacional em âmbito local, principalmente nos insumos, variações de preços e impactos nas nossas cadeias produtivas”, conclui.
O Complexo do Pecém, onde está instalada a ZPE, é o principal instrumento de atração de investimentos que o Estado do Ceará possui. São três grandes negócios num mesmo local, o Porto do Pecém, com calado de mais de 15 metros e os berços que mesclam infraestrutura e eficiência; a ZPE Ceará, que foi a primeira Zona de Processamento de Exportação a entrar em atividade no Brasil; e a Área Industrial, que está disponível para as empresas que têm sinergia com a região.
Segundo analisa, Eduardo Neves, presidente da ZPE Ceará, depois da aprovação do Novo Marco Legal do regime no Brasil, ficou muito próxima das ZPEs do mundo inteiro, ganhando competitividade e maior poder de atração de investimentos. "Além disso, o estado do Ceará já investiu em infraestrutura no Setor 2, que é a nossa primeira expansão e já tem protocolos assinados com empresas de extrema importância e que podem mudar a economia do Ceará, como aquelas relacionadas ao Hidrogênio Verde", destaca. (Com informações da Agência Brasil).
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Ceará 2050 visa investidores de outros países
Entre os estudos do Plano estratégico de desenvolvimento de longo prazo por meio do Ceará 2050, o Estado deve criar novas possibilidades com outros mercados mundiais para fortalecer o seu desenvolvimento econômico e social.
A internacionalização do Ceará, numa perspectiva de transversalidade, está em setores como gestão, infraestrutura, economia, indústria, turismo, agropecuária, energias renováveis, saúde, educação, ambiência, tecnologia, logística, entre outros.
Para o secretário para Assuntos Internacionais do Estado do Ceará, César Ribeiro, o Ceará, até 2050, quer estar integrado de forma competitiva a mercados externos e redes de valor global. Ele diz que o Estado já está aberto para receber investimentos externos com uma ambiência que já é diferenciada no País.
“Mas, nos próximos anos, pode ser ainda mais moderna, rápida e arrojada para fazer negócios com participação de setores da iniciativa privada, sociedade civil e terceiro setor, com novas regulamentações, processos mais flexíveis e ágeis. Isso é uma evolução planejada que já dá seus primeiros frutos e que é um foco do Ceará 2050 e que tem muita conexão com o ambiente de competitividade internacional.”, visualiza.
Ribeiro afirma que para os objetivos do Ceará 2050 existem planos arrojados. O propósito é ser referência internacional para o turismo sustentável; liderança na produção de energia limpa e renovável, com destaque para o hub de hidrogênio verde já em curso, com desenvolvimento tecnológico de referência internacional.
Além de ser centro focal da infraestrutura logística intermodal no País, valorizando a posição estratégica do Estado em relação aos demais continentes; posicionar o Estado como referência no mundo em economia no mar; equiparar a educação cearense, que já é destaque nacional, em níveis de excelência global.
Para o Danilo Serpa, presidente do Complexo do Pecém (CIPP) o olhar para o futuro também pelo Ceará 2050, pois o CIPP é uma âncora de desenvolvimento econômico e social.
"Acredito que estamos no caminho certo desse objetivo. Prova disso é que no ano passado batemos um recorde com 22,4 milhões de toneladas de cargas movimentadas e, consequentemente, assumimos a 2ª posição entre os portos multicargas da região Nordeste", destaca.
A projeção de Serpa é que a partir de 2035 o CIPP deva chegar, num cenário-base, em uma movimentação de aproximadamente 40 milhões de toneladas por ano. "Queremos seguir contribuindo, com protagonismo, para o crescimento da economia do Ceará e do Brasil.