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Caminhões atolam mais de 3 horas no Pecém e empresas resolvem congestionamento quilométrico
Economia

Caminhões atolam mais de 3 horas no Pecém e empresas resolvem congestionamento quilométrico

| PROBLEMAS DE DRENAGEM | Situação gera prejuízos financeiros, atraso no abastecimento e fluxo de cargas do principal atrativo econômico do Estado. Ontem, nove pessoas da iniciativa privada e duas do Governo liberaram a via
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Caminhões atolam em buracos e lamaçal na rodovia CE-155, principal via de acesso ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém nesta quarta-feira, 21 de abril (Foto: Rodolfo Nogueira/Especial para O POVO)
Foto: Rodolfo Nogueira/Especial para O POVO Caminhões atolam em buracos e lamaçal na rodovia CE-155, principal via de acesso ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém nesta quarta-feira, 21 de abril

A via de acesso de um dos principais ativos de atração de empresas do Ceará ficou interditada por mais de três horas, ontem, com dois caminhões carregados de mercadoria atolados. Trata-se da rodovia CE-155, porta de entrada para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em São Gonçalo do Amarante.

O problema de infraestrutura que dura pelo menos desde 2014 na rodovia tem se agravado com as recentes chuvas no Estado e a situação gera temor em trabalhadores, caminhoneiros e empresários que precisam trafegar pela via, além de prejuízos às atividades comerciais com atrasos no trânsito de mercadorias e quebra de veículos na estrada. 

Por enquanto, a resolução paliativa encontrada pelo Governo do Estado é atuar com brita. Mas a atitude não tem adiantado. No atolamento de ontem, ficou a cargo da iniciativa privada atuar com máquinas escavadeiras para retirar o veículo atolado e ajustar o trecho provisoriamente. Eram nove pessoas da emprsa e duas do Governo do Estado para liberar o trânsito por volta das 11 horas, conforme O POVO apurou.

"Ninguém aguenta mais essa situação", pontuou o gerente de logística da Aeris, Rodolfo Nogueira, que encontrava-se há cerca de 3 horas no local. "A via sempre teve problemas em diversos pontos, mas a situação tá se agravando demais, todos os dias ocorrem acidentes, atrasamos entregas, pedidos, carros quebram, caminhões atolam e mais do que os impactos financeiros, estamos preocupados com a vida e segurança de quem precisa passar por aqui", complementou. 

Em relato exclusivo ao O POVO, Rodolfo frisou ainda que o ocorrido gerou uma fila quilométrica de caminhões e outros veículos que tinham como destino o Complexo do Pecém. "A via está completamente obstruída, ninguém tem condições de chegar ou sair do Pecém até que os caminhões sejam desatolados, é a única via que permite a passagem de caminhões, o fluxo de cargas para o complexo tá totalmente parado." 

Caminhões atolados bloqueiam acesso ao Complexo do Pecém; veja fotos:

As imagens mostram que as condições da rodovia, que faz entroncamento com a BR-222, pioraram desde a mais recente reportagem que O POVO fez com denúncia das empresas que acessam o Compexo do Pecém sobre a infraestrutura da malha viária, no dia 11 de abril deste ano

"São várias empresas com caminhões parados aqui, eu mesmo estou há horas no local, tá todo mundo no sol aqui, sem a menor previsão de quando isso vai ser resolvido. Estou tentando articular por meios privados maquinário para vir até o local e tentar desatolar os caminhões", comentava Rodolfo sobre a situação, às 8h50min de ontem. 

Procurada pelo O POVO, a Superintendência de Obras Públicas do Estado do Ceará (SOP) afirmou que: "As obras de duplicação da CE-155, entre o Porto do Pecém e o entroncamento da BR-222, encontram-se em andamento. As fortes chuvas atrapalham a agilidade dos serviços no momento".

Com relação aos sinistros denunciados pelo O POVO no último dia 11 e nesta quinta, 21 de abril, a SOP acrescenta que "ações emergenciais já estão sendo realizadas no local".

Diante do posicionamento da SOP, Rodolfo revela que diversos empresários têm pressionado o Governo do Estado por uma solução definitiva para o problema em questão. "Todos os funcionários questionam a gente do motivo pelo qual não conseguimos resolver o problema de uma via de apenas 18 quilômetros, ninguém mais se sente seguro e ninguém que passar por aqui", pontua.

Ele detalha ainda uma série de reuniões com o Estado para tratar da situação: "Nas duas últimas semanas o Estado tem tido uma movimentação mais intensa com relação a isso e tem feito alguns reparos paliativos, mas a gente precisa que isso ocorra mais rápido e com reparos constantes e não pontuais. Precisamos também que uma solução definitiva seja tomada de forma urgente".

Sobre essa questão, após ser procurado pelo O POVO, o Complexo do Pecém informou que o assunto é de incumbência do Governo do Estado e que as soluções para as questões denunciadas devem ser promovidas pelo poder público.

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