O Estado do Ceará negocia a atração de quatro indústrias da cadeia produtiva da energia solar. O objetivo é que os investidores, inclusive internacionais, instalem as fábricas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém e possam atender a demanda brasileira pelos equipamentos e também a internacional, segundo revelou Sérgio Araújo, coordenador de Atração de Empreendimentos Industriais Estruturantes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Sedet).
“Nesse primeiro momento, temos alguns players. Pelo menos quatro, desde a produção de placa. Este segmento, inclusive, é o mais interessado. Inclusive, um grupo chinês que eu fiz contato com eles aqui. Esta feira está possibilitando isso”, afirmou durante a Intersolar Summit Brasil Nordeste 2022, que começou ontem e encerra hoje, no Centro de Eventos do Ceará.
A estrutura da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) aliada ao Porto do Pecém é destacada por ele como ideais para os empreendimentos. Para o coordenador, seria possível atender a necessidade de material do Brasil e da América Latina a partir do Ceará. As oportunidades da fonte solar fotovoltaica no Estado, inclusive, foram tema da palestra dele no evento.
Mas Araújo também aponta os desafios que emperram os interesses do Ceará nessa captação: “Nós queremos a produção dos módulos, das placas solares. E pode ser possível com alguma mudança na legislação.” Perguntado sobre que alterações seriam as ideais para promover o cenário adequado, ele apontou para as isenções fiscais ainda em vigor que beneficiam a importação dos materiais.
O ideal, de acordo com ele, seria dar isenções também para a produção local, tornando o setor mais competitivo. No entanto, observa que isso é um pleito acima da competência do governo estadual e que deve ser motivo de debate no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
“É a possibilidade de nos tornarmos competitivos, pois capacidade de geração de mão de obra nós temos muita. Um grande exemplo disso é a Companhia Siderúrgica do Pecém, uma das mais modernas do mundo, com alto nível de competitividade e que emprega quase 90% da mão de obra feita, treinada, aqui no Estado do Ceará. Então, não teríamos o menor problema de capacitação e a infraestrutura está montada: com porto, zpe, transnordestina e é o local ideal para atração de negócios para a geração fotovoltaica”, reforçou.
Outro ponto positivo, segundo destacou, é a participação de grandes empresas do setor de energia em atividade no Ceará e prontas para investir na energia solar, como a Qair e a EDP. Com a garantia de demanda, Araújo considera que o Ceará se torna mais atraente aos olhos dos fabricantes de placas.
Feira
A Intersolar Summit Brasil Nordeste 2022 tem reunido desde ontem vários players do setor e tem na programação de hoje o último dia. A programação pode ser conferida no intersolar.net.br