A escalada de preços de preços nos nove grupos de consumo investigados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não deram trégua ao consumidor em maio e os indicadores que medem a inflação na Região Metropolitana de Fortaleza avançaram com força. O IPCA, que mede a inflação geral, teve alta de 1,41%, a maior variação do País e o triplo da média nacional (0,47%) para o período. Já o INPC, que calcula a inflação de famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos, também avançou acima da média.
Levantamento pontua ainda que enquanto a inflação no Brasil registrou queda de 0,59 pontos percentuais (p.p) na passagem de abril para maio, na região metropolitana de Fortaleza, o índice aumentou 0,43 p.p.
No acumulado do ano, entre janeiro e maio de 2022, a inflação na Grande Fortaleza chega a ser de 5,69% em média em todos os produtos, serviços e alimentos comercializados na região.
Desde o começo do ano, conforme dados do IBGE, os custos com alimentação aumentaram, em média 5,90%, os com transporte, 9,15%, com educação, 6,16%. Nos últimos doze meses, o aumento médio de preços na região é de 11,89%.
O IPCA do mês de maio na Grande Fortaleza, região monitorada pelo IBGE para traçar o parâmetro da inflação no Ceará, teve forte influência do último reajuste nas contas de luz, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e implementado pela distribuidora de energia Enel Ceará na casa dos 24,85%.
Conforme o IBGE, os cearenses aumentaram 6,97% o gasto com energia elétrica no mês de maio com relação a abril deste ano, sendo a maior alta para esse tipo de despesa no Brasil.
Com isso, os gastos com habitação na Grande Fortaleza ficaram, em média, 2,59% maiores no quinto mês de 2022 com relação ao mês imediatamente anterior.
A escalada nos preços dos combustíveis é outro fator que segue pressionando a alta da inflação, em especial no Ceará, onde os custos com transportes registraram alta de 2,20% no mês de maio.
O IBGE pontua ainda que as despesas com alimentação e bebidas aumentaram 1,14% na Grande Fortaleza, sendo também a maior alta do País para esse tipo de gasto. Confira aumento de preços por setor na região metropolitana da Capital do Ceará:
A inflação para as famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) também avançou em maio, segundo atestou o IBGE. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apontou alta de 1,39% e atingiu a maior alta do País entre as 11 áreas pesquisadas para o mês.
Em abril, o indicador demonstrou desaceleração - saindo de 1,44% em março e ficando a 1,03 -, mas, por consequência das altas de 6,42% da energia elétrica e de 2,19% da gasolina, voltou a crescer. "No subgrupo Alimentação no domicílio o percentual foi de 1,36%, menor que o mês anterior, 2,05%. Já a Alimentação Fora do Domicílio teve alta de 0.98, acima do registrado em abril (-0,34). Os produtos alimentícios desaceleraram de 1,49% em abril, para 1,27 em maio. O item que apresentou maior percentual foi Aves e Ovos (2,89%) e o menor percentual foi Tubérculos, raízes e legumes (-2,03%). Dentre os grupos pesquisados no INPC, Habitação (2,31%) obteve o maior percentual e Educação (0,04%) o menor, mas todos com alta", detalha nota do IBGE no Ceará.
Ao observar o avanço do INPC em 2022, o indicador acumula um avanço de 5,71% e registra a segunda maior inflação para famílias cuja renda varia de 1 a 5 salários mínimos.