Após mais de dois anos com bloqueios ou restrições por todo o mundo, a alta temporada de julho chegou e é muito bem-vinda não só para os turistas, mas toda cadeia produtiva que foi uma das mais prejudicadas pelo impacto da pandemia da Covid-19.
A movimentação, aos poucos, está voltando com força total. "Estamos comemorando os números do turismo. Fortaleza esteve praticamente lotada no feriado de Corpus Christi, a ocupação hoteleira ficou em torno de 70% e para estas férias de julho a ocupação será de 80%", afirma o secretário municipal do Turismo (Setfor), Alexandre Pereira.
Outro dado importante e que anima os empresários e a mão de obra do setor é que hoje, o turista hoje deixa na cidade 30% a mais do que ele deixava antes da pandemia, ou seja, R$ 4.100.
"Isso motiva toda a economia da cidade, do pipoqueiro ao hoteleiro, pois o turismo representa 30% da economia de Fortaleza", comemora Pereira. Fortaleza tem sempre aparecido nos rankings de turismo entre os mais buscados do Brasil.
Recentemente, Fortaleza foi a única cidade no Brasil selecionada para o programa Turismo Futuro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o que possibilitará acelerar o uso e aplicação de tecnologias entre as empresas turísticas e aumentar a competitividade.
Já Arialdo Pinho, secretário estadual do turismo (Setur), acredita que o fluxo de turismo depende muito da inflação e dos preços das passagens aéreas. Porém, afirma que para a segunda quinzena, entre 14 e 30 de julho, a ocupação já está bem próximo de 100%. "Isso é resultado da promoção feita há um ano. Eventos como o Fortal também ajudam neste cenário", acredita.
Atualmente, o Ceará tem 71.438 empresas que se encaixam em atividades turísticas, como apart-hotéis, restaurantes e similares bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas com e sem entretenimento e agências de viagens.
Do total, mais da metade são de Microempreendedor Individual (MEI), 39.640 dados, de acordo com dados da Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec).
Foram abertas em maio e junho pelo Sine IDT mais de 1.345 vagas temporárias, sendo que até a última quinta-feira, 28, já tinham 989 trabalhadores colocados e os demais em seleção ou com vagas abertas.
"O IDT tem dado todo o apoio para que esse trabalhador possa atingir esse êxito e ser contratado. Desde a captação da vaga junto às empresas, ao processo seletivo de busca dos até a realização em parceria com os setores de RH das empresas desse processo seletivo", informa o presidente do IDT, Vladyson Viana.
Em relação aos voos desta temporada, estão previstos para julho uma média mensal de 3.562 voos e média diária de 115 voos. O que representa 531 mil passageiros no mês e média diária de 17 mil passageiros.
Diferente do ano passado, quando muitos voos ainda estavam suspensos, mais aéreas voltaram a operar no Estado, dentre estas, a Air France, que retomou voos em outubro do ano passado, e a VoePass, na rota Fortaleza - Jericoacoara. O leque de destinos também está mais amplo, com destaque para Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Congonhas/SP, Cuiabá, Curitiba, Goiânia, Guarulhos/SP, Juazeiro do Norte, Macapá, Maceió, Mte anaus, Natal, Parnaíba, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, Teresina, Vitória, Lisboa, Paris e Miami.
De acordo com a Fraport Brasil, administradora do Aeroporto Internacional de Fortaleza, este ano, o aumento diário de circulação corresponde a 88% do registrado em igual período de 2019.
A mesma elevação deve ser esperada nas rodoviárias do Estado. Segundo o gerente da Socicam, Newton Fialho, há um crescimento natural em julho, em razão das férias. Embora haja esse maior volume de pessoas no terminal, principalmente em razão da flexibilização das medidas sanitárias e do avanço da vacinação, a movimentação ainda é tranquila, sem a necessidade de ofertar viagens extras.
"Até o momento, as empresas de ônibus ainda não nos passaram dados nesse sentido, mas seguimos acompanhando ao longo de todo o mês", informa.
Para que esse resultado fosse possível, há um ano, o Sebrae vem trabalhando projetos para dar suporte a este setor tão prejudicado com a pandemia. "Fizemos identificação dos potenciais turísticos, aperfeiçoamento de produtos, promoção turística e governança. São eixos prioritários para o desenvolvimento do turismo e na capital e outras regiões litorâneas ou férias", declara Silvio Moreira, analista e gestor do projeto de Turismo do Sebrae CE.
Outro ponto que ele destaca é a evolução do turista 4.0 que utiliza a tecnologia para suas viagens e as empresas devem estar atentas a este novo cenário.
Abav
O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Ceará (Abav), Murilo Santa Cruz, destaca o potencial de destinos como Serra de Guaramiranga e de Baturité, Serra do Mirante da Ibiapaba, Ubajara, Viçosa, Sobral e a região do Cariri