A quinta geração de telefonia móvel brasileira (5G) ainda nem chegou ao usuário cearense, mas deve contar com uma mão de obra robusta no Estado até o ano que vem, de acordo com os planos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). As parcerias fechadas pela instituição projetam cinco mil profissionais capacitados para trabalhar com 5G dentro de um ano.
Wally Menezes, reitor do IFCE, conta que a projeção de qualificação é estimada a partir dos acordos fechados com empresas (nacionais e multinacionais) e instituições locais. Na prática, além de cursos voltados especificamente para o 5G, os profissionais devem ter treinamentos relacionados em IoT ( internet of things ou internet das coisas, em português) e FTTH (tecnologia que conecta fibra óptica nas residências) também.
“O público-alvo é aberto. São alunos do IFCE, de outras instituições, são estudantes ou não, podem ser inclusive funcionários das empresas de Telecom de uma forma geral que precisam ser capacitados na tecnologia. É um campo aberto”, garante.
Para ter acesso às vagas, ele indica estar atento ao site do Instituto, no qual a abertura dos cursos é feita, com detalhes sobre o número de pessoas por turma e condições de participação serão divulgados.
O novo memorando de entendimento para formação desse pessoal foi assinado na quinta-feira, 21, com a chinesa Huawei e a cearense Brisanet. A partir desse acordo, o reitor informa que um centro de treinamento específico para 5G no campus do IFCE será montado em Jaguaribe. “Vamos instalar em Jaguaribe o primeiro laboratório de 5G do Norte e Nordeste e, talvez, no Brasil. E, principalmente, o primeiro no interior do Estado”, ressalta.
A escolha, de acordo com ele, deve-se à localização estratégica do campus - o mais próximo de Pereiro, cidade-sede da Brisanet - “mas pela expertise do nosso campus de Jaguaribe, que tem os cursos relacionados a telecomunicações também e, principalmente pela interiorização do conhecimento.”
Já a Huawei destaca o foco da companhia na difusão do 5G como forma de atender a demanda por mão de obra qualificada no País. “A gente tem uma preocupação muito grande com a educação porque a gente vive uma realidade cruel. Por um lado, a gente tem no Brasil um desemprego muito alto e, do outro lado, a gente tem um setor nobre como TIC onde você tem muitas vagas abertas e não tem pessoal qualificado”, destaca Carlos Lauria, diretor de relações governamentais e assuntos regulatórios da Huawei Brasil.
Ele esteve na sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no Ceará para a assinatura do memorando com o IFCE e a Brisanet. Na mesma ocasião, a empresa ministrava treinamentos no projeto 5G Truck, que tem a missão de levar cursos da nova geração de telefonia pelo País. De Fortaleza, o caminhão foi para Pereiro, cidade-sede da Brisanet. A Huawei tem uma meta nacional de 30 mil profissionais formados em tecnologia da informação e comunicação (TIC), a partir de parcerias e atividades. Os recursos, não revelados, envolvem a Lei de Informática.
O déficit de mão de obra, cujo montante já foi estimado em 400 mil no País, também são preocupação do IFCE que, segundo Wally Menezes, mira em outros campos do conhecimento dentro da área de TIC, além do 5G. “Nós estamos fechando um leque de novas parcerias com Apple, Samsung, LG e uma outra com a Dell. Isso do ponto de vista tecnológico para Pesquisa, desenvolvimento”, contou sobre as empresas de contrato já assinado. Mas garantiu que novas estão para selar parcerias com o IFCE.
Hospital
O Hospital Universitário terá 79,5 mil m². O projeto inclui 654 leitos, sendo 470 de internação geral e 184 de terapia intensiva. O investimento foi de quase R$ 275 milhões, custeados pelo governo estadual