A cadeia produtiva do coco deve ampliar em, pelo menos, 30% sua participação nas aplicações do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), em 2022. Segundo projeção do Banco do Nordeste (BNB), a cocoicultura demandará entre R$ 13 milhões e R$ 15 milhões em aportes somente no Ceará.
Desde 2020 o Ceará lidera o mercado brasileiro de coco, respondendo por 25% da produção nacional. Em 2021, foram produzidas 2,4 mil toneladas do fruto. O Brasil é o quinto maior produtor do mundo.
Nas exportações, o desempenho do coco cearense deu um salto no mês de julho, com 1,075 tonelada exportada, segundo o Ministério da Agricultura (Mapa). O quantitativo representa avanço de 15% em relação ao mesmo mês no ano passado, quando foram exportados 874 kg.
A expansão tem animado os produtores, que buscam ampliar a produção e demanda mais crédito para isso. No ano passado, o BNB havia financiado R$ 20 milhões para a cocoicultura em toda sua área de atuação, sendo destinados R$ 10 milhões para o Ceará. Neste ano, além da projeção de ampliação do aporte entre 30% e 50%, há a expectativa de que a demanda por crédito no Ceará abarque mais da metade dos pedidos de recursos liberados.
"O banco tem crescido fortemente o seu investimento no setor. Temos uma estrutura de superintendência na direção geral dentro do Agronegócio, organizando toda a ação do BNB para o setor, fomentando mais negócios, produtores, o beneficiamento e quem vende", afirma Lívio Tonyatt, superintendente regional do BNB no Ceará.
Lívio destaca ainda que a expansão do crédito também vem acontecendo também nos estados da Bahia e Sergipe em menor escala que no Ceará, mas que está ligado às perspectivas de demanda e geração de negócios.
A área cultivada no Brasil chega a 187,5 mil hectares com produção superior a 1,6 bilhão de frutos, aponta relatório feito pelo Escritório de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene-BNB).
No Ceará, o principal polo produtor está localizado no município de Paraipaba, que detém a maior capacidade produtiva do País, com mais de 24,6 mil frutos por hectare em 2020. Grande parte da produção é proveniente do perímetro irrigado Curu-Paraipaba, localizado às margens do Rio Curu. Trairi e Acaraú também possuem produções relevantes.
O relatório ainda destaca que, apesar de liderar o mercado, com 80,9% da área colhida e 73,5% da produção, o Nordeste tem a menor produtividade física.
A consequência desse cenário é que os produtores da Região ainda recebem o menor valor nas vendas de coco, R$ 0,60 por fruto, aponta o Etene (No Ceará, o valor chega a R$ 0,50). A cadeia produtiva do coco se reuniu em Fortaleza para discutir as soluções para o setor na Feira Nacional do Coco (Fenacoco), evento que se estende até sexta-feira, 12.
De acordo com o coordenador geral do evento, Bezerra de Menezes, o setor busca ampliar sua participação na economia. Hoje, a cadeia da cocoicultura gera 5 milhões de empregos, entre diretos e indiretos no Brasil.
Essa será a 9ª edição da Fenacoco, que após dois anos volta a ser realizada após a pandemia.
"No evento, temos a presença do ministro da Agricultura de Belize (país da América Central), além de representantes de sete países, para que possamos discutir o que há de melhor a ser feito para aumentar a produtividade, competitividade e a qualidade dos produtos", afirma.