O fluxo de dados de internet no Ponto de Interconexão (PIX) do Ceará aumentou 750%, saltando de 200 Gigabytes/segundo para 1.5 Terabyte/segundo, nos últimos três anos. O PIX é o local físico, localizado em Fortaleza, onde estão datacenters e/ou operadoras de telecomunicações que funcionam como pontos de interligação do IX.br.
No Estado, o IX.br - projeto do Comitê Gestor da Internet no Brasil que promove e cria a infraestrutura necessária para a interconexão direta entre as redes que compõem a internet brasileira, é representado pelo IX-CE, tendo o seu ponto de interconexão em Fortaleza.
Segundo Jorge Fredericson, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), o Estado, mais precisamente Fortaleza, conta com 16 cabos submarinos, o que, atualmente, significa ter a maior rede de cabos submarinos do mundo.
Isso se daria por conta da localização geográfica da capital cearense que facilita na integração da América do Sul com a América do Norte, Europa e, mais recentemente, com o continente Africano.
Ele comenta que, atualmente, tanto órgãos e empresas públicas, quanto empresas privadas, têm cobertura de internet banda larga em praticamente todos os municípios cearenses. O que se dá por conta de uma rede terrestre muito capilarizada, tendo como base a criação do Cinturão Digital do Ceará.
“Essa conectividade é importante para geração de emprego, desenvolvimento e melhoria de serviços e foco para investimentos no estado a médio e longo prazos, já que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) começam a ter participação cada vez maior nas outras áreas econômicas”, diz Fredericson.
O professor ainda lembra que o cabo mais antigo em operação, em Fortaleza, está ativo desde o ano 2000 e tem uma capacidade de 20 Gigabytes por segundo. “Naquele momento o contexto tecnológico era totalmente diferente do atual, além disso, a comunicação de dados com a Europa, tinha que passar pelos cabos da América do Norte.”
Os cabos em operação mais recentes, conforme ele, podem elevar essa capacidade para algo em torno de 1.5 Terabyte/segundo, “pavimentando o caminho para tecnologias como 5G, Computação em Nuvem, Internet das Coisas, entre outras”.
“Além disso, esses novos cabos reduzem a latência da comunicação, pois agora os dados podem ir diretamente para a Europa e África, sem ter que ficar saltando nos outros continentes até chegar ao destino”, completa Fredericson, ressaltando ainda que para algumas aplicações, latência baixa é mais importante do que taxa de transmissão elevada.