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Ponto de Interconexão de Internet do Ceará cresce 750%
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Ponto de Interconexão de Internet do Ceará cresce 750%

|Tecnologia| Terceira colocação em tráfego de dados no IX-CE é da Angola Cables. Iniciativa possibilita chegada de mais investimentos ao Estado
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AngoNap é o data center da Angola Cables em Fortaleza (Foto: Divulgação/Angola Cables)
Foto: Divulgação/Angola Cables AngoNap é o data center da Angola Cables em Fortaleza

O fluxo de dados de internet no Ponto de Interconexão (PIX) do Ceará aumentou 750%, saltando de 200 Gigabytes/segundo para 1.5 Terabyte/segundo, nos últimos três anos. O PIX é o local físico, localizado em Fortaleza, onde estão datacenters e/ou operadoras de telecomunicações que funcionam como pontos de interligação do IX.br.

No Estado, o IX.br - projeto do Comitê Gestor da Internet no Brasil que promove e cria a infraestrutura necessária para a interconexão direta entre as redes que compõem a internet brasileira, é representado pelo IX-CE, tendo o seu ponto de interconexão em Fortaleza.

Segundo Jorge Fredericson, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), o Estado, mais precisamente Fortaleza, conta com 16 cabos submarinos, o que, atualmente, significa ter a maior rede de cabos submarinos do mundo.

Isso se daria por conta da localização geográfica da capital cearense que facilita na integração da América do Sul com a América do Norte, Europa e, mais recentemente, com o continente Africano.

Ele comenta que, atualmente, tanto órgãos e empresas públicas, quanto empresas privadas, têm cobertura de internet banda larga em praticamente todos os municípios cearenses. O que se dá por conta de uma rede terrestre muito capilarizada, tendo como base a criação do Cinturão Digital do Ceará.

“Essa conectividade é importante para geração de emprego, desenvolvimento e melhoria de serviços e foco para investimentos no estado a médio e longo prazos, já que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) começam a ter participação cada vez maior nas outras áreas econômicas”, diz Fredericson.

O professor ainda lembra que o cabo mais antigo em operação, em Fortaleza, está ativo desde o ano 2000 e tem uma capacidade de 20 Gigabytes por segundo. “Naquele momento o contexto tecnológico era totalmente diferente do atual, além disso, a comunicação de dados com a Europa, tinha que passar pelos cabos da América do Norte.”

Os cabos em operação mais recentes, conforme ele, podem elevar essa capacidade para algo em torno de 1.5 Terabyte/segundo, “pavimentando o caminho para tecnologias como 5G, Computação em Nuvem, Internet das Coisas, entre outras”.

“Além disso, esses novos cabos reduzem a latência da comunicação, pois agora os dados podem ir diretamente para a Europa e África, sem ter que ficar saltando nos outros continentes até chegar ao destino”, completa Fredericson, ressaltando ainda que para algumas aplicações, latência baixa é mais importante do que taxa de transmissão elevada.

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