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Com Margem Equatorial, Nordeste se projeta como nova fronteira energética do País
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Com Margem Equatorial, Nordeste se projeta como nova fronteira energética do País

| Novo Pré-Sal | Reservas de petróleo encontradas entre os litorais do Amapá e do Rio Grande do Norte atraem Petrobras, que investirá US$ 2 bilhões, e mais gigantes do setor
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EXPERTISE em plataformas deve ajudar no investimento pelas petroleiras em eólica offshore (Foto: Geraldo Falcão / Agência Petrobras)
Foto: Geraldo Falcão / Agência Petrobras EXPERTISE em plataformas deve ajudar no investimento pelas petroleiras em eólica offshore

As reservas de petróleo identificadas entre o litoral do Amapá e do Rio Grande do Norte, chamadas de Novo-Pré Sal ou Margem Equatorial, devem fazer do Nordeste brasileiro a nova fronteira energética do País, segundo avalia o ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e professor da Universidade Federal do Maranhão, Allan Kardec Dualibe. A afirmação se deve às novas jazidas e também ao potencial de geração de energia renovável da Região.

Localizada em alto-mar e a 4 mil metros de profundidade, as reservas já são alvo de investimento pela Petrobras. A companhia confirmou ao O POVO o investimento de US$ 2 bilhões na área entre 2022 e 2026 na exploração de 14 poços já identificados. O primeiro deles, “está programado para o final do último trimestre de 2022, em Concessão de Águas Profundas do Amapá.”

Trata-se de uma área da bacia da Foz do Amazonas, que, juntamente com as bacias Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar formam a Margem Equatorial. “A perfuração posterior dos demais poços na área dependerá da evolução dos processos de licenciamento ambiental em curso e consequente obtenção das licenças”, acrescentou a Petrobras.

A hora do arco Norte

“Essa é a hora do arco Norte, composto de parte do Norte e do Nordeste. Afinal, o Nordeste precisa ser incluído nos projetos de desenvolvimento e o presidente Lula ganhou as eleições com esse discurso. Os desiguais precisam ser tratados igualmente”, defende Dualibe, que foi autor do estudo que apontou uma reserva de aproximadamente 30 bilhões de barris na Margem Equatorial em conjunto com o biólogo Pedro Victor Zalán e o professor da Escola Superior de Guerra, Ronaldo Gomes Carmona.

O pesquisador afirma que “as reservas do Pré-Sal estão esgotadas, o que existe de novas descobertas são de pouca capacidade, e as reservas do Brasil estão todas no Nordeste.” Ele diz que é o momento dos estados da Região terem os mesmos investimentos robustos que Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo tiveram.

Aliado aos novos objetivos da Petrobras, Dualibe diz confiar no planejamento do novo Governo Federal, a partir da ideia declarada de “refazer os investimentos da Petrobras.” A expectativa é de que o desinvestimento da Companhia seja revertido e sejam injetados milhões de recursos em infraestrutura e a geração de empregos para a exploração das jazidas.

Exemplo de outros países

Ele compara o cenário brasileiro ao das vizinhas Guianas e Suriname, que tiveram descobertas semelhantes no litoral e, agora, possuem projeção de crescimento da economia superior a 50% apenas com a exploração de petróleo. O mesmo foi observado na costa da África, como Costa do Marfim, onde há reservas de petróleo em áreas semelhantes.

“A Margem Equatorial é considerada uma área estratégica para a Petrobras e uma importante fronteira exploratória em águas profundas e ultra profundas. As descobertas recentes feitas por outras empresas em regiões vizinhas a essa fronteira (offshore das Guianas e do Suriname) corroboram esse potencial”, confirmou a Petrobras, em nota.

Só na Guiana Francesa, Dualibe diz que foram descobertos 1 bilhão de barris de petróleo, o que é equivalente ao Campo de Lula, no Pré-Sal. Se isso for replicado na área já estudada pela Petrobras,

Mas, nos outros países, são petroleiras de capital privado que conduzem a exploração das reservas. Na Margem Equatorial, a Petrobras tomou a iniciativa de liderar as extrações. De acordo com a Companhia, “o resultado dos poços exploratórios, junto dos demais estudos de Geociências e Engenharia a serem realizados, servirá para auxiliar na identificação de possíveis acumulações de petróleo na área das Concessões.”

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