Depois de um ano recorde em 2022, o Porto do Pecém deu início a uma nova temporada de operações com rochas em março. Com destino à Europa, o terminal concluiu na última semana, o embarque de 9.995 mil toneladas de granito no navio Great Crystal.
Em 2022, o Estado enviou mais de 72 mil toneladas para o exterior e completou dez anos de crescimento na exportação deste tipo de carga, saltando de US$ 3 milhões para US$ 39,8 milhões, em recordes sucessivos. E a perspectiva para esse ano é crescer até 15%.
Os volumes deixam o Ceará entre os três principais exportadores do Brasil, juntamente com Minas Gerais e Espírito Santo.
"O envio desta nova carga de granito logo no primeiro trimestre de 2023, mostra o nosso potencial e demonstra a pluralidade de produtos que chegam e que são enviados para diferentes países. Aqui viabilizamos a movimentação de diversas cargas, utilizando sempre inovação tecnológica", ressalta Carlos Alberto Nunes, gerente da Tecer Terminais.
A empresa foi a responsável pelo embarque das 9,9 mil toneladas do granito para Europa, assim como outras dezenas de cargas do setor feitas no Pecém nos últimos anos. Saindo pelo Ceará, inclusive, estão cargas de outros estados do Nordeste, como Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba.
Atualmente, os principais compradores de rochas cearenses são Itália, Estados Unidos e China. "Eu acredito que devemos crescer entre 10% e 15% neste ano, muito em função dos embarques para Itália que seguem crescendo. Nos EUA, em função do cenário econômico próprio de lá, houve redução significativa de compras nos últimos seis meses, mas como os estoques deles estão caindo, acredito que o movimento deve ser retomado", explica o Carlos Rubens Alencar, presidente do Sindicato da Indústria Mármores e Granitos do Estado do Ceará (Simagran-CE).
Ele reforça que a entrada em operação de duas novas linhas de navios para China, previstas para abril, embora não tragam resposta imediata, abre novas perspectivas no médio e longo prazo.
"Demora um pouco porque os agentes precisam trabalhar o mercado, mas é uma sinalização que podemos ter mais na frente um aumento importante nas exportações".
O número de produtores também têm aumentado. Dados do Simagran-CE contabilizados no ano passado indicavam que o interesse pelos grandes players por reservas cearenses também é crescente. Enquanto, em 2014, existiam apenas 14 empresas explorando rochas no Ceará, em 2022, o número saltou para mais de 60. (Com Irna Cavalcante)