O Ceará registrou queda de 1,8% nas exportações em janeiro, na comparação com mês equivalente de 2022. O índice foi puxado para baixo em parte pela redução nas vendas de ferro fundido, principal item da nossa pauta exportadora, mas também por queda expressiva de 52,2% na comercialização de itens como peixes e outros frutos do mar.
Contudo, o resultado do comércio exterior cearense poderia ter sido ainda mais negativo, não fosse o salto de 551,1% nas vendas de minerais, notadamente os quartzitos, rochas utilizadas principalmente com fins ornamentais. O crescimento de 430,5% na comercialização de peles e couros também ajudou a segurar a queda geral nas exportações do Estado, segundo revela o estudo Ceará em Comex.
Para o presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran-CE), Carlos Rubens, o setor privado está colhendo agora os resultados de pelo menos dez anos de investimentos em extração de quartzitos. “A tendência é esse crescimento disparar, quando começar a ter mais indústria aqui. Por enquanto, nós somos exportadores de blocos brutos. As nossas exportações de produtos beneficiados ainda são pequenas”, explica.
No total, as exportações cearenses somaram US$ 206,27 milhões (cerca de R$ 1,06 bilhão, na cotação atual do dólar) em janeiro deste ano ante US$ 210,01 milhões (ou aproximadamente R$ 1,07 bilhão) em janeiro do ano passado. O número de produtos cearenses exportados chegou a 618 tipos, o que representa uma elevação de 10,6% em relação a janeiro de 2022. Ao todo, foram 44 municípios na exportação de produtos.
Entre os três países para os quais o Ceará mais vendeu dois já figuravam na liderança no ano passado: Estados Unidos e México, embora as compras norte-americanas tenham crescido 87,5% chegando a US$ 116,61 milhões (ou R$ 599,3 milhões) e aumentado a participação na pauta de exportações cearense, chegando a 56,5% do total. Por outro lado, a Argentina foi desbancada do pódio pela Holanda.
O país europeu cujo principal porto, o de Roterdã é um dos acionistas do Porto do Pecém, aumentou suas compras do Ceará em 27%. A gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Karina Frota, acrescenta que “a Holanda também funciona como entreposto para a Europa. Distribui de forma eficiente vários tipos de produtos”.
Se no caso das exportações a queda foi relativamente pequena, o mesmo não se pode dizer das importações, que tiveram uma expressiva redução de 58,1% em janeiro de 2023, na comparação com o mês equivalente de 2022, passando de US$ 629,29 milhões (pouco mais de R$ 3,2 bilhões) para US$ 263,74 milhões (aproximadamente R$ 1,3 bilhão).
Ainda assim, a balança comercial do Ceará no fechamento do primeiro mês deste ano teve saldo negativo de US$ 57,5 milhões (ou R$ 295,5 milhões). Dentre os países que mais vendem para o Ceará houve uma inversão nas duas primeiras posições em relação a 2022, com a China retomando a liderança. O terceiro lugar segue sendo da Argentina.
Entre as dez nações das quais mais o Estado compra, a novidade revelada no estudo foi a Indonésia. Conforme explica Karina Frota, “da Indonésia, nós importamos produtos laminados de aço. No caso da China, eu não citaria a retomada (ainda), mas há sinais de recuperação de uma das maiores economias do mundo”. (Colaborou Beatriz Cavalcante)
COMÉRCIO EXTERIOR NO CEARÁ
Exportações
Montante (Em US$): 210 milhões
Variação (em relação a jan/2022): -1,80%
Participação nas exportações brasileiras: 0,90%
Posição no ranking dos estados: 15º
Principais produtos exportados no Ceará
Itens
Ferro fundido e aço: US$ 110,3 milhões
Calçados e artefatos semelhantes: US$ 34,8 milhões
Frutas e cascas de frutas: US$ 16,6 milhões
Destino das exportações cearenses
Estados Unidos: 56,50% de participação
México: 5,90% de participação
Holanda: 4,30% de participação
Principais municípios exportadores
São Gonçalo do Amarante: 55,20% de participação
Sobral: 10,90% de participação
Fortaleza: 7% de participação
Importações
Montante (Em US$): 263,7 milhões
Variação (em relação a jan/2022): -58,1%
Participação nas exportações brasileiras: 1,30%
Posição no ranking dos estados: 15º
Principais produtos importados no Ceará
Itens
Máquinas, aparelhos e peças: US$ 61,2 milhões
Combustíveis minerais e derivados: US$ 55,7 milhões
Cereais: US$ 21,6 milhões
Origem das importações cearenses
China: 36,50% de participação
Estados Unidos: 18,90% de participação
Argentina: 6,90% de participação
Principais municípios importadores
Fortaleza: 37% de participação
São Gonçalo do Amarante: 12,50% de participação
Caucaia: 11,70% de participação
Fonte: Ceará em Comex
Icapuí
Com exportações no valor de US$ 10,45 milhões, o município de Icapuí apresentou um aumento de 29,9% nas suas vendas em comparação a janeiro de 2022. Destaque para venda de melões para Holanda e Reino Unido