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Ceará tem 2º maior potencial de energia solar flutuante do NE, aponta estudo
Economia

Ceará tem 2º maior potencial de energia solar flutuante do NE, aponta estudo

|10º DO PAÍS| Com 2,4 GW de capacidade, estado só perderia para a Bahia, quando consideradas apenas a instalação de usinas em açudes e barragens
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USINA em Pindoretama (CE), na Fazenda Chica Doce (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação USINA em Pindoretama (CE), na Fazenda Chica Doce

O Ceará tem o segundo maior potencial para geração de energia elétrica por usinas solares flutuantes no Nordeste e o décimo maior do Brasil, com capacidade potencial instalada de 2,4 GW, atrás apenas da Bahia, com 4,59 GW. Os dados constam do estudo do Instituto Energético do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/URFJ).

A pesquisa é fruto de tese de doutorado defendida no Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ pela engenheira agrícola Mariana Padilha e foi publicada também na revista científica Renewable Energy. Tendo se tornado a segunda maior fonte de eletricidade do País entre o fim de 2022 e o início de 2023, a energia solar fotovoltaica tem atraído a atenção de pesquisadores e investidores também para as possibilidades de inovação.

Nesse sentido, além dos painéis solares sobre os tetos de imóveis nas zonas urbanas ou das grandes usinas em regiões normalmente áridas ou semiáridas, um novo formato vem se expandido, o das usinas fotovoltaicas flutuantes, normalmente instaladas em fontes artificiais de água, tais como açudes e barragens, mas também em rios, lagos ou mares fechados. No caso do estudo da pesquisadora, o ponto de partida foi a bacia hidrográfica Apodi-Mossoró, no Rio Grande do Norte.

No pior dos três cenários analisados, em que apenas o volume-morto fosse utilizado para implantação das usinas flutuantes, esses números seriam de, respectivamente, de 2,3 TWh de energia gerada; 20,6 milhões de m³ de água por ano; e 1,3 milhão de domicílios atendidos. "A instalação das usinas flutuantes apenas sobre o volume morto dos açudes da Bacia do Apodi-Mossoró já seria capaz de abastecer todas as residências do estado", afirmou Mariana.

Já no melhor de três cenários considerados pela analista de inovação, a cobertura de 70% daquela bacia poderia gerar 12 terawatts-hora (TWh) por ano, o suficiente para abastecer pouco mais de 7 milhões de domicílios nesse período, além de evitar a evaporação de aproximadamente 124 milhões de m³ de água por ano.

Estendendo os resultados obtidos para os demais estados e trabalhando com uma estimativa de utilização de apenas 1% das superfícies de açudes e barragens, o estudo apontou que o País poderia gerar 79,37 GWh de energia solar flutuante por ano, com capacidade potencial instalada de 43,28 GW.

"Cobrindo apenas 1% das superfícies dos corpos de água, seria possível atender a 39% do consumo de eletricidade no Centro-Oeste, 25% na região Nordeste, 42% no Norte, 8% no Sudeste, e 12% na região Sul", afirma o estudo.

Sobre a economia com a redução da evaporação de água, efeito secundário da implantação de usinas solares flutuantes, Mariana Padilha chegou a citar o caso de Quixeramobim (CE).

Para a estudiosa, o município cearense poderia economizar até US$ 67 mil para cada MWp de usina flutuante fotovoltaica instalado.

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Potencial de geração de usinas solares flutuantes

Ranking nacional*

1º Minas Gerais: 6 GW

2º Bahia: 4,59 GW

3º São Paulo: 3,87 GW

4º Mato Grosso do Sul: 3,73 GW

5º Pará: 3,23 GW

6º Goiás: 3,16 GW

7º Paraná: 2,82 GW

8º Amazonas: 2,69 GW

9º Rio Grande do Sul: 2,65 GW

10º Ceará: 2,40 GW

11º Tocantins: 1,214 GW

12º Mato Grosso: 1,211 GW

13º Rondônia: 1,18 GW

14º Rio Grande do Norte: 816 MW

15º Maranhão: 812 MW

16º Paraíba: 666 MW

17º Piauí: 623 MW

18º Pernambuco: 516 MW

19º Santa Catarina: 463 MW

20º Rio de Janeiro: 141 MW

21º Alagoas: 120 MW

22º Amapá: 88 MW

23º Espírito Santo: 68 MW

24º Roraima: 63 MW

25º Distrito Federal: 59 MW

26º Sergipe: 32 MW

27º Acre: 5 MW

Brasil: 43,28 GW

Fonte: Mariana Padilha/Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ

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