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Caixa e Banco do Brasil suspendem oferta de consignado do INSS
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Caixa e Banco do Brasil suspendem oferta de consignado do INSS

|Depois dos bancos privados| Movimento ocorre após o Governo Federal reduzir os juros da modalidade de crédito, de 2,14% para 1,7% ao mês
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Ação beneficia a Caixa Econômica, revelou o Tribunal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Ação beneficia a Caixa Econômica, revelou o Tribunal

Depois de os bancos privados suspenderem o crédito consignado para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Caixa e o Banco do Brasil também anunciaram que não irão ofertar essa modalidade de crédito.

 O movimento ocorre após o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) reduzir, de 2,14% para 1,7% ao mês, o teto dos juros no crédito consignado. A taxa para o cartão de crédito consignado também foi reduzida de 3,06% para 2,62%.

Em nota, a Caixa informou que teve de suspender a linha porque o novo teto de juros é mais baixo que o cobrado pelo banco. A instituição acrescenta que a possibilidade de retomar os empréstimos consignados a aposentados depende de estudos técnicos de viabilidade operacional e econômico-financeira, que estão sendo feitos para adaptar as concessões às novas normas do banco.

O Banco do Brasil informou que está fazendo estudos de viabilidade técnica sobre as novas condições do crédito consignado aos beneficiários do INSS e que, assim que tiver novidades, informará sobre a retomada das contratações.

Bancos alegam inviabilidade da operação

Na véspera, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) já havia alertado sobre os riscos da redução dos juros para o sistema financeiro e ressaltou que cada banco associado segue sua estratégia comercial de negócio na concessão, ou não, da linha de crédito consignado para beneficiários do INSS.

"Neste momento, considerando os altos custos de captação, eventual redução do teto poderia comprometer ainda mais a oferta de empréstimo consignado e do cartão de crédito consignado", disse a Federação através de nota oficial.

Entre as instituições que decidiram interromper a oferta do crédito estão bancos privados como Mercantil do Brasil, Pan, Pag Bank, Bem Promotora, Daycoval, Itaú, C6 e Bradesco.

De acordo com os bancos, a suspensão ocorre por não ser economicamente viável para as instituições financeiras.

Lupi critica posição dos bancos

Por meio das redes sociais, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, reagiu. Em postagem no Twitter, ele defendeu que o governo use os bancos públicos para manter a oferta de crédito consignado do INSS.

Lupi postou uma nota de repúdio assinada por centrais sindicais que afirma que a suspensão prejudica principalmente os aposentados e pensionistas que necessitam de crédito para complementar a renda e atualmente não têm acesso a outros tipos de linhas.

"Diante dessa situação, as centrais sindicais cobram do governo a utilização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para garantir as linhas de crédito para os aposentados e pensionistas que precisarem com as novas taxas em vigência", escreveu Lupi.

Ele também publicou um link de relatório do Banco Central (BC), segundo o qual os juros do consignado para o INSS variaram de 1,31% a 2,17% ao mês na semana entre 27 de fevereiro e 3 de março.

De acordo com os dados do relatório do Banco Central, apenas quatro das 38 instituições financeiras que oferecem crédito consignado do INSS cobravam taxas abaixo de 1,7% ao mês: Sicoob (1,68%), Cetelem (1,65%), BRB (1,63%) e CCB Brasil (1,31%). Os juros mais altos ficaram com a financeira Zema (2,17%, acima do antigo teto de 2,14% ao mês) e Pan (2,14%). (Com Agência Brasil)

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