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Preço da gasolina volta a subir em Fortaleza após alta de impostos federais
Economia

Preço da gasolina volta a subir em Fortaleza após alta de impostos federais

| Tributo cheio| Medida provisória que assegurava alíquotas menores de PIS/Cofins e Cide caducou na última quarta-feira, 28. Com isso, voltou a ser cobrada a íntegra do imposto. Em alguns postos, diferença nos preços chega a R$ 0,20
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ALTA dos impostos federais 
pressiona preços dos combustíveis (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA ALTA dos impostos federais pressiona preços dos combustíveis

Os impostos federais que incidem sobre a gasolina e o etanol voltaram a ser cobrados integralmente em todo Brasil. O aumento na tributação é de R$ 0,34 por litro para a gasolina e de R$ 0,22 por litro de etanol. Ontem, em alguns postos de Fortaleza, já foi possível conferir preços maiores nas bombas

Em um posto na avenida Engenheiro Santana Júnior com Alberto Sá, no bairro do Papicu, por exemplo, o preço da gasolina que estava em R$ 5,17 na semana passada, ontem, estava sendo comercializado a R$ 5,37. Diferença de R$ 0,20.

Em outros locais, o valor já chegava a R$ 5,69 para gasolina e R$ 4,69 para o etanol, com pagamento no cartão.

Inicialmente, a previsão era de que os tributos federais subissem somente a partir de 1º de julho. Porém, como a medida provisória que assegurava alíquotas menores para o produto - de R$ 0,47 por litro para a gasolina e de R$ 0,02 por litro para o etanol - por um prazo de quatro meses não foi votada até a última quarta-feira, 28, o texto perdeu a validade. Na prática, a reoneração integral foi antecipada em dois dias.

Com isso, a parcela dos impostos federais que representava, em média, 6,6% na composição do preço final ao consumidor, deve voltar ao patamar de 10%, estima o consultor em petróleo e gás, Bruno Iughetti.

Sobre o preço de bomba há ainda os efeitos da mudança recente na forma em que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é um tributo estadual, incide sobre os combustíveis.

Desde o dia 1º de junho, passou a valer uma alíquota fixa de R$ 1,22 por litro em todo o território nacional. Antes, as alíquotas variavam entre 17% e 23% nas unidades federativas.

Governo nega intenção de prorrogar desoneração

Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não tem intenção de prorrogar mais uma vez a desoneração. "Não pensamos em editar MP para manter a desoneração de combustíveis. Estamos em processo gradual de queda de preços de combustíveis ao mesmo tempo em que há reoneração."

Para Ricardo Pinheiro, consultor em Engenharia de Petróleo e Energia, o impacto dos impostos federais é muito alto e pode onerar bastante o preço dos combustíveis na bomba, apesar do esforço recente da Petrobras em reduzir seus preços.

O corte mais recente, de 4,66%, entrou em vigor no dia 15 de junho e foi a quarta queda nos preços de refinaria praticadas neste ano pela estatal.

"Normalmente, R$ 0,10 na refinaria não necessariamente chega R$ 0,10 lá na bomba porque tem uma série de outros componentes da precificação dos combustíveis, como frete, armazenamento, distribuição, mão de obra", explica.

Efeito no mercado

Já Antônio José Costa, assessor de Assuntos Econômicos do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos), justifica em entrevista à rádio O POVO CBN que os preços sobem porque os comerciantes precisam se preservar.

"Na medida em que o comerciante tem notícia de um aumento, ele tem que se preparar para preservar o seu capital, porque, se a mercadoria sobe e ele não, vai ser vendido abaixo do novo custo. Assim, ele não consegue recompor o seu estoque."

Porém, quando o produto barateia, ele diz que o princípio é o contrário. "Se você baixar de imediato, como as pessoas entendem que deve acontecer, você passa a ter prejuízo imediatamente. Porque aquilo que você comprou por 10, vende por 8. Então, tem que esperar que acabe o estoque mais caro para conseguir vender mais barato."

Além disso, ele afirma que a gasolina tem um sobe e desce constante e outros fatores, não somente a Petrobras, influenciam o preço da gasolina no Ceará. (com agências) 

Média de preços dos combustíveis segundo a ANP

O preço médio do litro da gasolina nos postos de abastecimento de todo o País caiu 0,9%, para R$ 5,35 por litro, na semana entre os dias 18 e 24 de junho, conforme a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Na semana, o valor médio do insumo era de R$ 5,40 por litro.

No Ceará, a queda foi de R$ 0,07, caindo de R$ 5,32 para R$ 5,25. Em termos percentuais, a redução foi de 1,3%.

O diesel A S-10 também registrou queda no preço médio nacional apurado nos postos de abastecimento no período, de 1%, para R$ 5,05 o litro ante R$ 5,10 na semana anterior.

No Estado, o diesel também teve redução, passando de R$ 5,03 para R$ 4,96, uma queda de 1,3%.

Já o gás liquefeito de petróleo (GLP) ou gás de cozinha também apresentou uma queda, de 0,25%, no preço médio do botijão de 13 quilos nessa semana. O produto passou a custar, na média nacional, R$ 103,29 ante R$ 103,55 sete dias atrás.

Quando leva-se em consideração o Ceará, o GLP quase não sofreu alteração, mas também oscilou para baixo, passando de R$ 101,84 para R$ 101,48.

Petrobras: entenda como são formados os preços da gasolina e diesel

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