Logo O POVO+
Projeto de lei pretende baratear gasolina e diesel e torná-los mais limpos
Economia

Projeto de lei pretende baratear gasolina e diesel e torná-los mais limpos

|’COMBUSTÍVEL DO FUTURO’| Lula anuncia programa que inclui produtos usados na aviação e aumento nas misturas de etanol anidro e biodiesel para veículos terrestres
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
PERCENTUAL de etanol na mistura da gasolina deve passar para 30% (Foto: Rogério Reis / Agência Petrobras)
Foto: Rogério Reis / Agência Petrobras PERCENTUAL de etanol na mistura da gasolina deve passar para 30%

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou ontem projeto de lei que cria o programa ‘Combustível do Futuro’, com perspectivas de tornar gasolina, diesel e querosene de aviação menos poluentes e mais baratos, entre outras medidas de transição energética.

A principal mudança é o aumento no percentual da mistura de etanol anidro na gasolina comum. O atual limite de 27,5% do biocombustível feito à base de cana-de-açúcar passaria a 30% e o percentual mínimo passaria de 18% para 22%. A medida atende à demanda do setor sucroenergético e vinha sendo sinalizada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.

 

"Por sua vez, a elevação do limite mínimo do teor de mistura de etanol anidro à gasolina se justifica pelo fato de a produção de gasolina no parque de refino nacional depender da mistura de etanol anidro para garantia da economicidade da produção e do melhor aproveitamento do processamento de petróleo", justifica o projeto. A indústria do etanol afirma que há viabilidade técnica para 70% dos veículos da indústria automotiva para o aumento do limite e do teor mínimo obrigatório.

Segundo representantes do setor, por o anidro ser isento de impostos, um teor maior na mistura da gasolina pode levar à redução do preço do combustível ao consumidor final. Também há viabilidade de aumento imediato na produção de anidro pela indústria apenas com a mudança no mix sucroenergético, ou seja, com a quantidade de cana-de-açúcar que é destinada à produção de açúcar ou ao processamento de etanol.

Para o consultor na área de combustíveis e gás, Bruno Iughetti, “a gasolina com mais etanol anidro liberaria menos monóxido de carbono para o meio ambiente e, como o etanol é mais barato, o preço da gasolina, com a nova mistura, tende a cair. Então, se não houver nenhuma implicação nos motores que estão sendo aferidos, hoje, por 27,5%, essa medida vem de encontro a uma tentativa de aceno do governo ao setor”.

Também está sendo estudado o aumento no percentual de biodiesel, que hoje é de 12% e já havia a previsão de que chegasse a 16% em 2026. A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio) afirmou, contudo, que pretende aprimorar no Congresso o projeto de lei do Combustível do Futuro. “Em relação ao diesel, o governo está querendo aumentar a mistura de biodiesel, mas essa mistura é questionável e tem apresentado problema para os motores a diesel”, afirma Iughetti.

“Estudos mais avançados com experiências próprias de empresas frotistas apontam que essa mistura está tendo um efeito negativo para o consumo do veículo e na formação de resíduos no motor. É uma matéria que deverá ser melhor analisada”, defende.

“Com relação ao combustível de aviação, a gente pode observar que já vem sendo feito há algum tempo testes de laboratório para formatação de um querosene de aviação, com a emissão mínima de carbono”, explica o especialista.

No programa apresentado, pelo presidente Lula, há a previsão de reduzir de 1% a 10% a emissão desse tipo de gás pela queima de combustíveis de aviação até 2037. (Com Agências)

Veja mais em nosso canal no YouTube!

Mais notícias de Economia

PRINCIPAIS PONTOS DO PROJETO

Aumento no limite da mistura de etanol anidro à gasolina de 27,5% para 30%

Aumento no percentual mínimo de etanol anidro na gasolina de 18% para 22%

Redução nas emissões de dióxido de carbono no combustível de aviação entre 1% e 10% até 2037

Análise sobre eventual aumento na mistura de biodiesel ao diesel, já previsto para chegar a 15% até 2026

Regulamentação do combustíveis sintéticos (os chamados e-Fuel), usados em motores a combustão

Captura de gás carbônico (CO2) e estocagem em reservatórios subterrâneos

Investimento total de R$ 250 bilhões no programa de combustíveis renováveis

O que você achou desse conteúdo?