A confirmação da Petrobras de que está na fase final do licenciamento ambiental para exploração da margem equatorial próximo ao Ceará despertou expectativas no setor produtivo local. Os benefícios diretos apontados são para o desenvolvimento local da cadeia produtiva que atende o setor de petróleo e gás, além dos royalties pagos às cidades próximas da exploração.
Os investimentos previstos pela companhia para a área, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, são estimados em US$ 2,9 bilhões em quatro anos. Marcos Soares, presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC), destaca que a aplicação do recurso nessas reservas "é importantíssima para a evolução não só da Petrobras como da região Nordeste".
"É uma fonte não só de combustível, mas de várias matérias-primas para um setor tão importante como um setor químico ou setor de plástico, por exemplo. São bases muito transversais", diz soares.
Responsável por liderar o investimento de R$ 10 bilhões numa refinaria no Complexo do Pecém, Marcio Dutra Gonçalves, diretor executivo do grupo Noxis Energy, ressalta que a exploração da margem equatorial a partir do Ceará vai fazer com que o Estado tenha "um grande ganho logístico para a operação. Sem falar que isso tudo ocorre de frente a um grande centro consumidor, que é o próprio estado do Ceará."
"Eu vejo que o maior impacto positivo será com a produção do petróleo no Ceará e o seu refino no próprio Estado. Isso vai possibilitar a independência de combustíveis tão sonhada pelo cearense, como a independência da gasolina e do diesel. Nos tempos atuais, esta independência significa segurança energética", analisa.
Hugo Figueirêdo, presidente da Cipp SA, responsável pela gestão do Porto do Pecém, classifica a iniciativa da Petrobras nos dois poços localizados a 52km do litoral cearense como "uma excelente notícia" e projeta efeitos diretos na movimentação e nos planos do terminal para eólicas no mar.
"A CIPP vai poder dar apoio a esse movimento de navios porque o Porto do Pecém está preparado para atender às demandas da Petrobras e de outras empresas que venham a explorar petróleo e gás na costa cearense. Ainda pode haver uma sinergia com os projetos das eólicas offshore, já que também estamos nos planejando para atender as empresas que devem investir nessa área aqui no Ceará", projeta.