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Bares e restaurantes reclamam de prejuízos com quedas de energia
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Bares e restaurantes reclamam de prejuízos com quedas de energia

|NO CEARÁ| Empresários do segmento relatam danos a equipamentos e perda de clientela com oscilações de eletricidade, inclusive, em áreas turísticas
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Donos de barracas de praia temem perder clientes com falta de eletricidade em fins de semana e feriados (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Donos de barracas de praia temem perder clientes com falta de eletricidade em fins de semana e feriados

Os relatos sobre quedas constantes de energia elétrica vêm de diferentes partes do Ceará, especialmente de zonas litorâneas com grande fluxo de turistas.

Praia do Futuro, em Fortaleza; Cumbuco, em Caucaia; Taíba, em São Gonçalo do Amarante; Icaraizinho, no município de Amontada, são apenas alguns dos locais em que empresários do segmento de alimentação fora do lar, que inclui bares, restaurantes e barracas de praia, calculam prejuízos com queima de equipamentos eletrônicos e perda de clientes.

A busca por alternativas também têm sido semelhantes: aluguel ou compra de geradores para suprir a demanda por energia durante as interrupções, bem como a recorrência às entidades que representam o segmento, à própria concessionária de energia e, eventualmente, à Justiça.

“Eu comprei um gerador na semana passada pensando nos feriados, por conta das quedas constantes. A Enel nunca dá uma resposta sobre isso e demora em resolver. No Carnaval, nós ficamos dois dias sem luz”, conta Reinaldo Schallenberger, chef e proprietário do Sabor da Praia, no Cumbuco.

“Se eu não tivesse alugado um gerador teria um grande prejuízo de, pelo menos, 40% de faturamento. O que acontece em uma barraca de praia, por mais que a gente funcione durante o dia, é que se precisa de energia para funcionar sistema, para fazer funcionar um liquidificador, que é uma coisa tão simples, para bombear água, senão começa a faltar água. É um transtorno. Esses problemas estão ficando mais recorrentes do que o habitual. Está havendo um prejuízo muito grande para os empresários da Praia do Futuro”, narra Ivan Assunção, proprietário da barraca Terra do Sol.

Sob condição de anonimato, uma fonte que trabalha com geradores de energia confirmou ter havido um aumento na procura pelo produto. “Empreendimentos pequenos e condomínios também estão pedindo porque está tendo demora na ligação e tal. É o que eles estão percebendo também. Como a Enel está procurando comprador, não tem um investimento e o interesse nessas correções”, avaliou a fonte que não quis se identificar. Para além dos geradores, complexos turísticos como o Beach Park, em Aquiraz, têm recorrido, inclusive, à compra de energia no mercado livre para fugir do problema.

“Os prejuízos, principalmente no nosso setor, que trabalha com alimento perecível são absurdos. Há prejuízo também por queima de equipamentos que por norma da Enel Ceará tem de esperar um perito vir para ver se vai pagar o conserto ou não. Só que se você tem câmara fria, ar-condicionado, etc, acaba tendo que consertar e ficando no prejuízo enquanto espera”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE), Taiene Righetto, que diz já ter se reunido com representantes da concessionária de energia em busca de soluções.

Outra queixa do segmento é sobre as manutenções programadas, quando determinada rede é desligada para reparos por um determinado período do dia. O proprietário do Boteco da Vila (na Aldeota, em Fortaleza), Matheus Rego, cita como caso mais emblemático para o negócio dele um desligamento programado feito no feriado de Corpus Christi. “Recebi o aviso com dois dias de antecedência, tentamos negociar a mudança para segunda-feira e eles ainda atrasaram em uma hora o retorno da eletricidade em relação ao que tinham previsto”, criticou.

O presidente da Associação Cearense de Defesa do Consumidor (Acedecon), Thiago Fujita, aconselha aos empresários que tiverem prejuízos decorrentes de oscilações ou interrupções de energia devem “anotar de imediato o momento que houve a oscilação e fazer a reclamação perante a própria concessionária, inicialmente. Caso não seja suficiente, ele pode reclamar junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ou acionar a empresa judicialmente”.

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