Com 30% dos 78 projetos de geração de energia eólica offshore (em alto-mar) em análise no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ceará foi tema de debate entre Governo do Estado, União e empresários sobre as possibilidades desta matriz energética.
São 23 planos de instalação no mar cearense, somando 58 gigawatts (GW), ficando atrás somente do Rio Grande do Sul, com 24 pedidos de 61 GW.
Em todo o País, são 189 GW, contabilizando ainda os estados Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Para realizar a preparação para receber a energia eólica offshore, reuniram-se engenheiros da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra) e da representação estadual da Superintendência do Patrimônio da União (SPU). A ideia foi estudar parcerias com vistas a desenvolvimento local.
Na sede do órgão, ligado ao Ministério da Economia, estiveram o superintende Fábio Galvão, a secretária de Relações Internacionais do Ceará, Roseane Medeiros, o secretário executivo de Energia e Telecomunicações da Secretaria da Infraestrutura (Seinfra), Adão Linhares, e a coordenadora de Atração de Empreendimentos da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), Brígida Miola.
Além disso, representantes da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Ceará, Companhia do Complexo Industrial e Portuário do Estado (Cipp S.A), Federação das Indústrias do Estado (Fiec) e empresas Qair Brasil, Servtec Energia e Bi Energy, que têm projetos para o hub de hidrogênio verde cearense.
Para Adão Linhares, dadas as condições de vento da região, batimetria do litoral, pode-se assegurar que a eólica no Estado é a mais barata do mundo, "o que traduz todo interesse manifesto pelas empresas e, por consequência, quanto ao hidrogênio verde mais competitivo do mundo."
Já Roseane Medeiros reforçou que vê todo esse investimento como uma neoindustrialização do Brasil. "E isto não é apenas uma iniciativa isolada, são várias frentes de oportunidades e nós entes públicos temos o dever de discutir este momento de oportunidades", reforçou a gestora.
Ao O POVO, o fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Servtec e fundador da Abeeólica, Lauro Fiuza, lembra a importância de se ter a geração de energia eólica offshore, porque elas iriam diretamente para os projetos de hidrogênio verde, com área reservada na ZPE.
Assim, essa matriz nem dependeria de leilões específicos de contratação de energia com a demanda de H2V garantida e as eólicas em terra (onshore), ao contrário das offshore, têm sua geração direcionada para todo o País, por meio do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Atualmente, o Ceará lidera no Brasil, com 33 memorandos de entendimento assinados para integrar o hub de hidrogênio verde no Cipp.
Responsável pelo licenciamento dos parques eólicos instalados em alto-mar, uma das preocupações do Ibama é com a mitigação e redução dos impactos socioambientais.
Isso porque a autarquia federal avalia ruídos, sombreamento, sobreposição, e reflexos em ecossistemas marinhos e atividades socioeconômicas, como a pesca e a exploração de petróleo.
Exemplo é a disputa territorial entre os próprios parques eólicos e os outros usos de exploração de petróleo, pesca artesanal, rotas de navegação. Para isso, é necessário fazer um planejamento marinho. (Com Agência Câmara de Notícias)
Investidores em offshore
Veja as empresas detentoras dos 23 projetos para o Ceará em análise no Ibama
Bi Energia
Neoenergia Renováveis
Camocim Eirelli
Qair Marine Brasil
Alpha Wind Morro Branco
Geradora Eólica Brigadeiro
Eólica Brasil
Totalenergies Petroleo&Gas Brasil
Shell Brasil Petróleo
H2 Green Power
Equinor Brasil Energia
Kaanda R.M Cunha
Shizen Energia do Brasil
Monex Geração de Energia
Energia Itapipoca
Cemig Geração e Transmissão
Acciona Energia Brasil
Fonte: Ibama