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Setor de rochas ornamentais do CE estima exportar US$ 40 mi
Economia

Setor de rochas ornamentais do CE estima exportar US$ 40 mi

|EM 2023| Expectativa é manter estabilidade no volume comercializado em 2022, apesar de incertezas enfrentadas pelos principais compradores: EUA e China
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Indústria de rochas ornamentais tem buscado novos mercados (Foto: Fábio Lima)
Foto: Fábio Lima Indústria de rochas ornamentais tem buscado novos mercados

O setor de rochas ornamentais estima exportar cerca de US$ 40 milhões em 2023, conforme o presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran-CE), Carlos Rubens Alencar.

A se confirmar a previsão, o segmento terminaria o ano em patamar de estabilidade na comparação com o ano passado. O Ceará é o terceiro maior exportador do País, atrás apenas do Espírito Santo e de Minas Gerais.

O desempenho é considerado satisfatório pelo segmento diante de um cenário econômico em que dois dos principais compradores, Estados Unidos e China, enfrentam dificuldades para crescer e que outros mercados exportadores de rochas ornamentais registram queda nos volumes comercializados. Vale lembrar que a atividade foi uma das poucas a apresentar crescimentos expressivos nos anos pandêmicos.

“Durante o período da pandemia, houve uma expansão muito grande. Muita gente passou a investir em reformas. Por incrível que pareça, mesmo com as pessoas mais escondidas, digamos assim, a economia gerou fluxos volumosos para o nosso segmento", lembrou.

"Agora, depois que acabou a pandemia, houve queda generalizada no mundo todo. O nosso principal comprador, os Estados Unidos, hoje tem inflação 5,5% e juro perto de 6%, coisa que nunca teve. A China, outro grande comprador nosso, previa ter um crescimento de 6% e deve crescer 3,5%”, contextualizou.

Além do cenário internacional imprevisível, com guerras na Ucrânia e em Gaza como agravantes, outros gargalos enfrentados pelo segmento, segundo o presidente do Simagran-CE, é a falta de dados sobre o mercado interno.

“A dificuldade que a gente tem no mercado interno é que não temos estatísticas. Apenas temos como sentir de forma indireta se as empresas estão vendendo mais ou menos. Pelas capacidades instaladas do setor, nós imaginamos que o mercado interno é de três a quatro vezes maior do que o externo, mas não temos como quantificar”, lamentou.

As declarações foram dadas, no Centro de Eventos do Ceará, durante o segundo dia de programação do Fortaleza Brazil Stone Fair, principal feira do setor de rochas ornamentais realizada no Estado. Os organizadores estimam que o volume de negócios a ser movimentado durante o evento, que termina hoje, é de US$ 20 milhões. Participam da feira cerca de 40 expositores de todo o País.

O evento contou com a presença do CEO da Stone Ideas, o alemão Peter Becker. O especialista citou outro gargalo para o crescimento do setor no Brasil: a falta de divulgação sobre o produto brasileiro, notadamente no mercado europeu. “As rochas brasileiras ainda não são muito conhecidas, embora sejam únicas no mundo. Falta investir um pouco em marketing, principalmente nesses granitos aqui do Ceará”, avaliou.

Ele acrescenta que há até uma barreira cultural para a entrada do produto cearense no mercado europeu. Becker observa que naquele continente as rochas têm pouca variação de cores. “É importante um trabalho direcionado para os arquitetos de lá. Tem de ensinar o que eles podem fazer com as pedras exóticas daqui”, disse.

Apesar dos desafios para agradar o comprador estrangeiro, o diretor executivo da empresa cearense Vermont Mineração, Cássio Jefferson, cita uma boa receptividade das rochas comercializadas nos mercados norte-americano, europeu e do Oriente Médio, que representam 70% do volume vendido.

A empresa com sede em Sobral e atuação no Ceará, na Bahia e em São Paulo, espera fechar o ano de 2023 com crescimento de 20% a 30% e tem como principal destaque o quartzito Taj Mahal. “É um material que tem bastante aceitação e com o qual já trabalhamos há 11 anos”, pontuou.

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