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Taxa de desemprego avança para 9,2% no Ceará
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Taxa de desemprego avança para 9,2% no Ceará

Isto representa um aumento de 0,6 ponto percentual (p.p.) em relação ao segundo trimestre deste ano (8,6%)
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Os dados são da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad Contínua Trimestral) divulgada nesta quarta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Os dados são da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad Contínua Trimestral) divulgada nesta quarta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

A taxa de desemprego no Ceará avançou para 9,2% no terceiro trimestre de 2023 (agosto a outubro). Isto representa um aumento de 0,6 ponto percentual (p.p.) em relação ao segundo trimestre deste ano (8,6%). Além disso, 370 mil pessoas estão em busca de emprego

Os dados são da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad Contínua Trimestral) divulgada nesta quarta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, na avaliação do economista, Alex Araújo, o aumento da taxa de desocupação no Ceará, apesar de parecer negativo, está relacionado com a melhora no mercado de trabalho.

"Entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, o Ceará gerou 79 mil novos postos de trabalho, o que mostra a recuperação econômica."

Assim, ele explica que, pela própria natureza do mercado de trabalho, quando ele se aquece, mais pessoas procuram trabalho. E isso aumenta a População Economicamente Ativa (PEA).

"Isso foi o que aconteceu: no segundo trimestre havia 337 mil pessoas procurando trabalho no Ceará. Como se percebeu que o mercado estava absorvendo pessoas, mais de 79 mil ocupações entre os trimestres), mais pessoas passaram a procurar emprego, levando a taxa de desocupação para 9,2% no terceiro trimestre."

Em relação ao cenário nacional, que obteve uma taxa de 7,7% de desocupação, menor do que o nível do Ceará, Alex Araújo afirma que, no Brasil, esse movimento de retomada é geograficamente distribuído. 

Isso porque o "mercado de trabalho é mais aquecido no segundo trimestre nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (indústria e agronegócio) e, no terceiro, no Nordeste, já que as atividades predominantes aqui estão relacionadas com serviços e comércio", aponta.

Além disso, o perfil dos desocupados aqui no Ceará é, segundo o economista, "predominantemente feminino (10,8% de taxa de desocupação contra 8% dos homes), com idade entre 25 e 39 anos (41% dos desocupados) e com até ensino médio incompleto (83% dos desocupados)."

Outro ponto é que o nível da ocupação foi estimado em 48,7% e não apresentou variação estatisticamente significativa em relação a igual período do ano anterior. Contudo, houve um aumento de 1,1 p.p. em relação ao trimestre anterior.

Assim, a população ocupada chegou a 3,7 milhões de pessoas, com taxa de informalidade de 54%, a quinta maior do País.

Para Alex Araújo, a elevada taxa de informalidade do CE reflete a nossa base econômica, pouco diversificada setorialmente e com poucos empregos de alta remuneração.

"É um problema, pois significa menores rendimentos combinados com baixa proteção social e deveria ser foco de políticas públicas", ressalta.

No Estado, cerca de 966 mil dos empregados do setor privado do Brasil tinham carteira de trabalho assinada e 772 mil pessoas não tinham carteira de trabalho assinada. Além disso, no terceiro trimestre, o percentual de ocupados trabalhando por conta própria, no Ceará, foi de 28,1%.

Já o rendimento médio habitual foi de R$ 1.927 para o Estado no período, número menor em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 1.989) e, também, em relação ao segundo trimestre deste ano (R$ 2.012).

Taxa de desocupação nacional recua para 7,7%

A taxa de desocupação do Brasil no terceiro trimestre de 2023 foi de 7,7%, caindo 0,4 ponto percentual (p.p.) ante o segundo trimestre deste ano (8,0%) e 1,0 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2022 (8,7%).

Em relação ao trimestre anterior, as taxas de desocupação diminuíram em apenas três das 27 Unidades da Federação (UFs): São Paulo (7,8% para 7,1%), Maranhão (8,8% para 6,7%) e Acre (9,3% para 6,2%). 

As maiores taxas de desocupação foram de Bahia (13,3%), Pernambuco (13,2%) e Amapá (12,6%), e as menores, de Rondônia (2,3%), Mato Grosso (2,4%) e Santa Catarina (3,6%).

Levando em consideração o sexo, o percentual foi de 6,4% para os homens e 9,3% para as mulheres
no terceiro trimestre de 2023. Já o recorte por cor ou raça ficou abaixo da média nacional (7,7%) para os brancos (5,9%) e acima para os pretos (9,6%) e pardos (8,9%).

Além disso, a taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (13,5%) foi maior que as taxas dos demais níveis de instrução. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 8,3%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,5%).

No terceiro trimestre de 2023, a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) foi de 17,6%. 

Outro ponto é que havia 1,8 milhão de pessoas que estavam procurando trabalho por dois anos ou mais.

Esse contingente chegou ao seu patamar mais baixo para um terceiro trimestre desde 2015 (quando 1,6 milhão de pessoas buscavam trabalho há dois anos ou mais) e caiu 28,2% frente ao terceiro trimestre de 2022, quando havia 2,6 milhões de pessoas nessa faixa.

Já o rendimento médio real mensal habitual (R$ 2.982) cresceu tanto em relação ao trimestre anterior (R$ 2933) quanto ao mesmo trimestre de 2022 (R$ 2862).

Frente ao trimestre anterior, houve altas no Sul (R$ 3.276) e no Sudeste (R$ 3.381), enquanto o rendimento nas demais permaneceu estável.

Quanto ao terceiro trimestre de 2022, o rendimento cresceu nas Regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto nas demais foi observada estabilidade estatística.

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