O valor do arroz nas gôndolas dos supermercados tem disparado nos últimos 12 meses. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta chega a 20,63% para os consumidores de Fortaleza, acima da média nacional (20,4%).
Somente no mês de novembro, a alta acumulada chegou a 3,61%. A partir desse movimento de inflação dos preços, o arroz tem perdido espaço na preferência nas compras, reduzindo o consumo.
Um levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) trouxe luz ao tema. Existem regiões do País em que o preço do pacote de 5 kg de arroz pode chegar a R$ 30, patamar de preços somente alcançado no auge da pandemia.
Em agosto, o valor do arroz alcançou o maior preço dos últimos 15 anos, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O motivo para tamanha alta faz parte de um conjunto de fatores que afetam o Brasil e outras regiões produtoras no mundo.
A Índia, um produtor crucial, responsável por 40% do fornecimento global de arroz, é apontada como a principal vilã para esse quadro, após adotar, em julho, restrições às exportações.
LEIA MAIS: O que deve ir na cesta básica da reforma tributária
No Brasil, as chuvas e os ciclones que atingiram, nos últimos meses, o Rio Grande do Sul, estado que é o maior produtor de arroz do País, atrapalharam a colheita e atrasaram o plantio da próxima safra.
E a solução para o problema não deve ser breve. Segundo o analista de mercado das Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa), Odálio Girão, pelo menos até o início da próxima safra do produto, no primeiro semestre de 2024, o patamar de preços deve permanecer alto.
Odálio destaca que a quebra de safra no Rio Grande do Sul, responsável por praticamente 98% da produção nacional, exigiu maior importação do produto para abastecimento do mercado.
"Em novembro, tivemos dois aumentos de preços e o consumidor já encontra o quilo do arroz por valor acima de R$ 5. Para deixar o mercado equilibrado, o Brasil está dependendo muito do arroz importado", afirma.
Com esse movimento, o preço subiu e já é possível ver no mercado movimento de substituição do produto.
Dados da Horus, empresa de inteligência de mercado, para o período de janeiro a setembro de 2023, revelam que o macarrão tem ganhado espaço neste cenário.
A categoria de produtos "Massas Secas Alimentícias/Macarrão" esteve presente em 8,3% das notas fiscais, com uma média de itens 20% maior e tíquete médio 23,6% maior que o igual período do ano passado.
O Brasil é o terceiro maior país produtor de macarrão do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Pasta (IPO). E o Ceará é um dos principais mercados no País, o que tem animado empresários do setor.
O CEO do Grupo Damezza, Alexandre Sales, destaca que o consumo tem crescido e que tem apostado nas marcas populares, inclusive nos produtos com a gramatura mais reduzida.
Além do aumento do consumo de macarrão nos supermercados, Alexandre conta que as empresas que montam cestas básicas têm modificado a montagem e diminuído a quantidade de arroz e aumentado a de macarrão.
"As vendas em novembro foram 25% melhores, na comparação com setembro e outubro. Tivemos um mês satisfatório e esperamos um bom mês de dezembro", opina o executivo.
PREÇO EM QUEDA
Se o preço do arroz disparou nos últimos meses, segundo o IBGE, o valor do macarrão tem apresentado quedas. No acumulado do ano, entre janeiro e novembro, o preço já caiu 2,3%.
Com investimento de quaseR$ 50 milhões, Grupo Damezza prepara série de lançamentos
Empreendedor responsável pelo Moinho Santa Lúcia, Alexandre Soares, CEO do Grupo Damezza, anuncia investimento de R$ 50 milhões para ampliação do mix de produtos da marca.
O movimento deve ser percebido pelo público a partir de 2024, com o lançamento de uma série de produtos, ao todo serão quase 30 lançamentos para ampliar o mix de produtos.
"A empresa fez um investimento muito alto em 2023 e vai começar a colher os frutos, iniciando as linhas de produção. A gente pode destacar as linhas de biscoitos wafers, biscoitos tradicionais, como maizena, e os salgados, tipo mini crackers e rosquinhas, além da linha de salgadinhos saudáveis", explica.
Trabalhando pela consolidação de marca após os anos de Santa Lúcia, Alexandre diz que, por força de contrato após a negociação com o Grupo M. Dias Branco, esperou por cinco anos até retornar ao mercado. Agora, aproveita a experiência adquirida para acelerar a alavancagem da Damezza.
A operação atualmente se concentra no distrito de Camará, em Aquiraz, e administrativo em Fortaleza. Atualmente, a empresa já conta com operação nos estados do Norte e Nordeste, do Acre à Bahia.
Para o próximo ano, os planos incluem ampliar o alcance para as demais regiões do País e internacionalizar a marca, chegando com produtos em países da América do Sul.
Nesse processo de ampliação da marca, em agosto veio o reposicionamento, com a adoção do nome Damezza em substituição ao SL Alimentos.
Damezza remonta ao nome da marca premium do grupo, que ainda detém as marcas Puríssima, Puríssima Times, Nutrilar, Danado de Bom e Coração Nordestino.
"Temos um know-how muito grande, são 65 anos de mercado. Então, já temos um relacionamento forte no mercado, o que facilita a entrada de novos clientes e novos espaços. Pautados pela inovação, procuramos entrar nesta nova fase", destaca Alexandre.
IPCA15
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação, foi de 0,24% em novembro, na Grande Fortaleza