O consumo de energia elétrica no Ceará nos últimos 12 meses subiu 10% ao mesmo tempo em que o País registrou uma elevação de 4,6%, indicam os dados compilados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) até 26 de janeiro de 2024.
A explicação, analisa o professor Gilmar Lopes, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), está nas temperaturas elevadas das últimas semanas. "O clima tem relação direta com o consumo de energia. A gente mora em uma região quente por natureza e as mudanças climáticas que temos observado gera esse aumento significativo", diz.
Mas o calor vem acompanhado também por um momento econômico melhor, segundo Lopes. Com o poder aquisitivo maior, a população tem acesso a ventiladores e também ares-condicionados.
O professor alerta que o aquecimento da economia, medido neste caso com o aumento da atividade industrial, pode acentuar ainda mais o consumo de energia elétrica no Estado.
No Estado, no período de crescimento de 10% no consumo, o MME aponta os consumidores do Ambiente de Contratação Regulada (ACR) como os de maior peso (43.027 megawatts médios - MWm). Mas as indústrias em atuação no Ceará também se destacam.
"O crescimento econômico está relacionado com o aumento do consumo de energia elétrica. Significa mais produção, mais consumo de uma forma geral", aponta.
Mesmo com o aumento do consumo de energia no País, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve a bandeira tarifária verde em fevereiro. Ou seja, sem custo adicional para os consumidores.
A explicação para isso é dada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, o qual informou ontem, 2, que a projeção é de estabilidade nos percentuais de afluência dos reservatórios ao final de fevereiro.
"O boletim do Programa Mensal de Operação, referente à semana operativa entre os dias 3 e 9 de fevereiro, indica crescimento nas projeções de Energia Armazenada (EAR), ao final do mês, em dois subsistemas: o Nordeste, com 68,1% (ante 63% da previsão inicial), e o Sul, com 59,5% (46,2%)", diz o texto.
No subsistema Sudeste/Centro, região que concentra 70% dos reservatórios de maior interesse para o Sistema Interligado Nacional (SIN), as estimativas são de estabilidade, com 67,4% (68,2%). Já a região Norte deve chegar a 90,4%.