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Alimentos e Varejo são destaques na B3 entre as empresas que operam no CE
Economia

Alimentos e Varejo são destaques na B3 entre as empresas que operam no CE

| 4º TRIMESTRE DE 2023 | Analistas veem M. Dias Branco, Grupo Pão de Açúcar, Assaí e Iguatemi com perspectivas positivas, mas Aeris e Gerdau abaixo do esperado
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M. Dias Branco registrou lucro recorde anual em 2023 (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal M. Dias Branco registrou lucro recorde anual em 2023

Nesta semana, empresas de capital aberto com atuação no Ceará reportaram resultados com perspectivas positivas nos setores de varejo, alimentos e shoppings – impulsionados por M. Dias Branco, Grupo Pão de Açúcar (GPA), Assaí e Iguatemi –, enquanto as áreas de energia e aço – com Aeris Energy e Gerdau, respectivamente – ficaram abaixo das estimativas no quarto trimestre de 2023, conforme análises de bancos de investimentos.

A M. Dias Branco registrou lucro líquido de R$ 341,9 milhões, alta anual de 2105,8%, e receita líquida de R$ 2,77 bilhões nos últimos três meses do ano passado, com expansão de 0,2% ano a ano, em resultado divulgado ontem, 23.

Um dos indicadores de eficiência operacional mais importantes do mercado, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, na sigla em inglês) ficou em R$ 442,4 milhões, ao passo que a margem EBITDA em 16%.

O crescimento de receitas em todas as regiões do País, a recuperação dos volumes de vendas de biscoitos, massas, farinhas e farelo de trigo, a disciplina na gestão de custos e a menor pressão de commodities, principalmente trigo e óleo de palma, foram cruciais para o resultado. É o que afirmou o vice-presidente de Controladoria, Investimentos e Relações com Investidores da empresa, Gustavo Theodozio.

O Itaú BBA já colocava a indústria cearense de produtos alimentícios como um dos possíveis destaques positivos do período, em relatório de 21 de janeiro.

Enquanto a Genial Investimentos via, em prévia do dia 15 de fevereiro, um cenário favorável apoiado por receita estável, recuperação da participação de mercado no Nordeste, volumes fortes e preços fracos, com a queda de custos do trigo e óleo de palma auxiliando a expansão das margens.

GPA reduz prejuízo líquido

No setor de varejo alimentar, apesar de o GPA ter tido um prejuízo líquido de R$ 303 milhões no quarto trimestre de 2023, houve melhora em relação a igual período de 2022, quando o prejuízo havia ficado em R$ 1,10 bilhão.

Os analistas Iago Souza, Vinicius Esteves e Nina Mirazon, da Genial, afirmaram que o atual recuo ficou 50% abaixo da projeção, mostrando evolução em todas as linhas do balanço.

“Sem sombras de dúvidas, a companhia consolidou o resultado mais forte do setor neste trimestre. (...) O GPA deixa para trás a história do ‘patinho feio’ e assume a posição de ‘cisne negro’, ganhando destaque em meio a tantos outros ‘cisnes brancos’. Ajustes de sortimentos, diminuição da ruptura e redução de despesas… sem dúvidas, 2023 parece ter sido o ano em que a companhia virou a chave”, pontuaram.

Outro player do setor de varejo e atacado alimentar, Assaí teve um lucro líquido de R$ 297 milhões entre outubro e dezembro do ano passado. O lucro por ação de R$ 0,22 superou o consenso, de acordo com o Bank of America (BofA).

“As conversões de hipermercados do Assaí parecem estar atingindo o plano, pois 64 dos 66 locais adquiridos teriam triplicado as vendas pré-conversão”, complementou.

A alavancagem da companhia, equivalente à relação entre dívida líquida e EBITDA ajustado, esteve em 3,80x no quarto trimestre de 2023, com redução ante os 4,37x do mesmo período de 2022. Algo positivo, pois o mercado não recomenda, no geral, uma alavancagem muito alta.

O diretor-presidente do Assaí, Belmiro Gomes, afirmou na teleconferência dos resultados que será possível acelerar a desalavancagem em 2024.

Iguatemi

Já o Iguatemi, com alta anual de 28,3% referente ao lucro líquido de R$ 119,8 milhões, registrou um trimestre com aluguéis mais leves na visão do analista Jorel Guilloty, do banco Goldman Sachs. “O EBITDA (R$ 227,2 milhões) ficou 2% à frente das expectativas, impulsionado pela melhoria das margens”, com destaque para a divisão de varejo digital, que alcançou um ponto de equilíbrio.

“Os resultados de Iguatemi foram positivos, tanto do ponto de vista operacional quanto financeiro. Do lado operacional, assim como em Multiplan, boa parte do desempenho já era esperado, uma vez que os números de vendas de Iguatemi já vinham sendo divulgados mensalmente e indicavam crescimento muito acima do setor de varejo”, acrescentou a Genial Investimentos após o balanço.

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