O hub de hidrogênio verde (H2V) do Pecém deve contar com mais três empresas confirmando o investimento de novas plantas de geração do combustível, se depender dos planos do governador Elmano de Freitas (PT).
Ao retornar de Roterdã, onde esteve para o World Hydrogen 2024, ele contou de tratativas com três empreendimentos que já têm memorando de entendimento assinado com o governo cearense.
"Temos a perspectivas de assinatura de pré-contrato com outras empresas. Tivemos conversas com três delas. Nós já estamos com seis pré-contratos e isso significa investimento acontecendo. Não é mais uma intenção. As empresas passam a fazer investimentos concretos, reais", ressaltou o governador durante a abertura da 54ª reunião anual da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Alide), na sede do Banco do Nordeste, em Fortaleza.
Ele se refere ao passo seguinte à assinatura de memorando de entendimento, no qual o investidor sinaliza as intenções de aplicar recursos no Estado e o governo corresponde com a possibilidade de algum incentivo.
Hoje, o Ceará conta com 37 memorandos assinados, dos quais seis evoluíram para pré-contratos. Nesta fase, os empreendimentos têm áreas reservadas na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará - onde deve operar o hub de hidrogênio verde do Pecém - e passam a pagar uma espécie de aluguel por esse espaço.
Elmano classificou a viagem para Roterdã como "bastante positiva", "mas que, evidentemente, tem como resultado muito trabalho para que as coisas se confirmem."
Sobre as empresas, o governador revelou o nome de apenas uma: a British Petroleum, com a qual ele disse ter tido uma "boa reunião" no intuito de "avançar (o memorando de entendimento já assinado) para pré-contrato."
Das três empresas na mira do gestor cearense, duas são estrangeiras e uma é brasileira, segundo ele.
No exterior, ele ainda contou da assinatura de mais um memorando para H2V com a Eletrobras e da reunião com a Envision, "que tem disposição de fazer investimento no Estado do Ceará e para o no Brasil na área de energia renovável."
Especialista em tecnologia ecológica, a empresa fez contato inicial com o Ceará em março, quando uma comitiva liderada pelo secretário Salmito Filho (Desenvolvimento Econômico) esteve na Dinamarca e na China.
Perguntado se já era possível fazer um balanço da viagem, Elmano disse que o tempo foi insuficiente para isso: "Cheguei agora 3h da manhã e ainda vamos fazer a reunião de balanço da viagem porque a Missão continua em uma reunião em Bruxelas com a União Europeia e depois da Alemanha"
O governador, no entanto, adiantou uma avaliação da parceria com o Porto de Roterdã, que detém 30% do capital do Porto do Pecém e selou acordo para a compra do hidrogênio gerado no Ceará para injetar na rede que constrói na Europa.
Ainda como resultado da viagem, Elmano contou que tem reuniões em parceria com o governo do Piauí na área de gás natural, sem dar detalhes do debatido no exterior, e apontou a agenda como uma construção do Consórcio Nordeste.
"Importante destacar que isso não é só uma missão do Ceará. Isso é uma ação de 9 governadores do Nordeste ,entendendo que a nossa região tem um grande potencial e todos nós nordestinos podemos crescer muito com a transição energética. Nós temos potenciais diferenciados, estamos muito irmanados para que a gente possa trabalhar junto", destacou.
BNB e BNDES vão financiar hidrogênio verde no NE
O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principais instituições de fomento em atuação na região, devem trabalhar juntos no financiamento dos projetos de hidrogênio verde em desenvolvimento nos estados nordestinos.
É o que afirmou Aloísio Mercadante, presidente do BNDES, durante a abertura da 54ª Reunião Anual da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Alide), que vai até a próxima sexta-feira, 17.
"O nosso trabalho é complementar. Juntos, nós conseguimos alavancar projetos estruturantes para o desenvolvimento do Nordeste", afirmou.
Paulo Câmara, presidente do BNB e anfitrião do evento, recordou que "o presidente Lula foi muito claro ao dizer que não somos concorrentes, somos complementares." "Então, a gente atua sempre conversando, e não é só o BNDES e o BNB. É a Caixa, o Banco do Brasil, todos fazendo com que as coisas aconteçam", reforçou.
Mercadante citou taxas competitivas com as quais o Banco do Nordeste dispõe, a exemplo da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJPL), e são menores que a Taxa de Longo Prazo (TLP) operada pelo BNDES, o que dá dinamismo às instituições no financiamento complementar de projetos. "Vamos dar um salto histórico na capacidade de produzir energia e atrair investimentos." (Armando de Oliveira Lima)
Crédito
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