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Aba aplicou R$ 800 mil no Terminal de Passageiros do Mucuripe para temporada de cruzeiros
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Aba aplicou R$ 800 mil no Terminal de Passageiros do Mucuripe para temporada de cruzeiros

| Infraestrutura | Empresa recebe primeiro navio em novembro já com total administração do equipamento. Estudos para aumento do calado do berço do terminal também estão em curso no objetivo de receber embarcações com mais de 300 metros de comprimento
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TERMINAL Marítimo de Passageiros de  Fortaleza começa a receber cruzeiros em novembro (Foto: Fco Fontenele)
Foto: Fco Fontenele TERMINAL Marítimo de Passageiros de Fortaleza começa a receber cruzeiros em novembro

Um ano após o leilão de concessão, o Terminal de Passageiros (Termap) do Mucuripe já foi alvo de R$ 800 mil, dos R$ 4 milhões que o Grupo Aba Infraestrutura tem obrigação de aplicar no equipamento ao longo de 25 anos. O montante foi investido na infraestrutura para a temporada de cruzeiros 2024/2025. É a primeira sob total gestão privada e promete ser a melhor em décadas.

Ao todo, são esperados 22.188 turistas a partir da atracação de 11 embarcações. O início é previsto para 21 de novembro de 2024 e o término para 26 de abril de 2025, segundo o cronograma da empresa.

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Origens e destinos são diversos, entre países e cidades brasileiras e são navios que já tinham previsibilidade de atração, em trabalhos que duram cerca de dois anos e que contaram com os trabalhos de articulação da operadora.

“Fizemos um arrendamento de 25 anos. Pensamos muito em tentar uma rota Norte e Nordeste pela facilidade que temos com o terminal de Salvador. Pensamos também em fomentar navios internacionais já que Fortaleza está muito próximo de Portugal e toda a rota de América. Vemos com muitos bons olhos”, afirmou Matheus Paixão, gerente de Segurança Patrimonial do Grupo Aba.

Com projeção de um impacto maior dentro de dois a três anos, ele contou ainda de tratativas com o Ministério do Turismo para ter visitas constantes de cruzeiros, fazendo com que a temporada ininterrupta. O clima brasileiro é o principal argumento para o objetivo e Fortaleza, acrescenta, é estratégico para isso.

Contratações previstas

Entre os impactos previstos, o primeiro deve ser no trabalho de recepção dos cruzeiros. O Grupo Aba deve coordenar a chegada das embarcações desde os berços até o pátio onde os turistas tomam os ônibus e as vans contratadas pelas agências de turismo.

"A gente tem a contratação de mão de obra de recepção, atendentes, pessoas que vão gerir esse tráfego de ônibus dentro do terminal e as agências de turismo e pacotes estão entrando em contato com a gente para passar a melhor acessibilidade ao cliente e levar para os pontos turísticos", contou sobre a preparação que acontece agora.

No total, devem ser contratadas 150 pessoas para estes serviços. Os trabalhos atuais, acrescentou, incluem a preparação do térreo do Termap para a recepção dos turistas, incluindo serviço de internet sem fio que não era disponível no terminal.

Melhor estrutura e impacto futuro

Paixão explica que embarcações com comprimento superior a 300 metros não conseguem atracar no berço próprio do Termap. Para ampliar as possibilidades do equipamento, ele contou que a Companhia Docas do Ceará fez uma parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), instituição da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), com o objetivo de elaborar um estudo de ampliação do calado.

A parceria, detalha a CDC, foi fechada em janeiro deste ano e tem como objetivo o "desenvolvimento de cenários para melhorar e ampliar as condições de navegabilidade e atracação de navios" do Porto de Fortaleza como um todo.

Com a ampliação do calado, diz o gerente de Segurança Patrimonial do Grupo Aba, a ideia é de que Fortaleza tenha o mesmo porte de outros terminais administrados pela empresa, como Salvador. Na cidade baiana, a média é de 60 embarcações por temporada, com mais de 380 mil turistas visitando a cidade, com impacto direto para a economia local.

“Temos boa expectativa com o cenário de Fortaleza. É a nossa primeira temporada 100% operando, então, acreditamos que vai fazer uma boa temporada. O reflexo grandioso do Grupo Aba vai ser daqui a um ou dois anos, mas acreditamos que já vai ser um impacto bastante expressivo para Fortaleza”, projeta Matheus Paixão, gerente de Segurança Patrimonial do Grupo Aba.

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Deteriorado, equipamento vai passar por obras até metade de 2025

Dos R$ 800 mil aplicados até agora no Terminal de Passageiros (Termap) do Mucuripe, a maior parte foi destinada a reparos devido ao estado de manutenção do equipamento. Ao O POVO, Matheus Paixão, gerente de Segurança Patrimonial do Grupo Aba, lamentou o estado da infraestrutura encontrada pelo Grupo Aba e estimou que as obras para dotar o Termap de qualidade mínima de operação aconteçam até meados de 2025.

"Nós adquirimos o equipamento com falta de manutenção. Importante ressaltar. Estava bastante deteriorado em alguns pontos e, então, vai demandar a nossa engenharia para a gente poder começar a vender o local de forma segura e da forma que o cidadão de Fortaleza merece", afirmou.

Os efeitos da maresia sobre escada rolante e elevador foram citados por ele como os de maior efeito para o fluxo de pessoas no local. Até 21 de novembro, data da chegada do primeiro cruzeiro, Paixão disse ter o térreo pronto para receber os turistas. Mas o piso superior e demais infraestruturas devem levar até a metade de 2025 para ter toda requalificação concluída, segundo ele.

O POVO tratou do sucateamento de parte da infraestrutura do Porto de Fortaleza em reportagem seriada publicada entre agosto e dezembro de 2022. Denúncias recebidas evidenciaram situações de risco operacional das cargas e de falhas graves de segurança.

Caso ainda inexplicado até hoje foi do sumiço de 12 contêineres do pátio do Porto. Mas o Terminal de Passageiros também foi retratado pelo abandono da gestão da Companhia Docas do Ceará (CDC) na época.

A gestora da CDC na época, Mahyara Chaves, foi procurada, mas nunca chegou a dar uma entrevista para explicar os motivos que levaram o Porto de Fortaleza a ficar naquelas condições.

O gerente de Segurança Patrimonial do Grupo ABA se mostrou também atento aos movimentos de revitalização dos entornos do Porto de Fortaleza e destacou isso como crucial para o negócio deles. "Quando eu estive em Fortaleza, eu fiz contato com polícia federal, polícia civil e polícia militar e o entorno sendo revitalizado isso é importantíssimo para o turismo da Região.

FORTALEZA, CE, BRASIL, 02-04-2020: Navio de cruzeiro holandês Holland America Line, atraca no Porto do Mucuripe para reabastecimento em meio à quarentena de proteção à pandemia do  novo coronavírus, covid-19. (Fco Fontenele/O POVO)
FORTALEZA, CE, BRASIL, 02-04-2020: Navio de cruzeiro holandês Holland America Line, atraca no Porto do Mucuripe para reabastecimento em meio à quarentena de proteção à pandemia do novo coronavírus, covid-19. (Fco Fontenele/O POVO)

Eventos, como Réveillon, são estratégicos para atrair cruzeiros

As festas no Terminal de Passageiros (Termap) do Mucuripe não devem acabar com a gestão privada, garante o Grupo Aba. Pelo contrário, a ideia é fomentar grandes eventos e o Réveillon de Fortaleza é considerado estratégico para isso, segundo afirmou Matheus Paixão, gerente de Segurança Patrimonial da empresa.

Ele disse ter conversado com "contatos importantes na cidade" e todos comentaram da festa que, no último ano, durou três dias. O objetivo é fomentar a vinda de cruzeiros para Fortaleza na virada do ano com o atrativo das festas e da queima de fogos. "Essa noção foi importante para fazer com que os cruzeiros fiquem atracados."

Continuar com a locação do espaço para festas, como formaturas e festas corporativas, também faz parte dos planos da Aba quando não houverem navios atracados no terminal. Assim como a realização de shows. "Não posso dizer quais e quando vão acontecer porque ainda não está assinado, mas tivemos uma procura de grandes produtoras. Logo em breve teremos novidades dentro do terminal."

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