O município de Viçosa do Ceará, a cerca de 360 km de Fortaleza, é a cidade do Brasil com o maior número de cachaçarias ativas no País. Ao todo, são 25 estabelecimentos. O número fez com que o município cearense superasse Salinas (MG), que se auto intitula a capital mundial da cachaça e apresenta 20 cachaçarias no Anuário da Cachaça 2025.
Veja no fim da matéria o ranking completo.
As informações do levantamento foram apuradas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Por outro lado, Fortaleza registrou a menor densidade cachaceira do País, com somente 1 estabelecimento elaborador de cachaça registrado para o total de 2.574.412 habitantes.
No Brasil, houve um aumento de 4% no número de estabelecimentos elaboradores de cachaça registrados, atingindo a marca de 1.266, com 49 estabelecimentos a mais em relação à 2023. Este é o terceiro ano consecutivo que em há crescimento.
Minas Gerais é o estado que tem mais registros, com 501 estabelecimentos, seguindo de São Paulo (179), Espírito Santo (81) e Santa Catarina (73). Em relação às regiões, o Sudeste lidera o ranking com mais de 800 cachaçarias, seguidas pela região Nordeste (189) e Sul (183).
Conforme o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, esta ampliação do número de cachaças registradas mostra como o setor está cada vez mais forte e presente em todo o Brasil.
"É um reflexo do talento dos nossos produtores e do trabalho do Ministério para apoiar quem faz da cachaça um verdadeiro símbolo nacional. Vamos continuar valorizando essa bebida que é parte da nossa identidade."
Com uma média de 322 mil litros de cachaça por estabelecimento registrado, o Nordeste tem o melhor desempenho neste quesito. Em seguida, aparece o Sul com 318 mil litro.
Porém, em produções absolutas, o Sudeste lidera, com mais de 172 milhões litros da bebida alcoólica. O segundo lugar é do Nordeste, com pouco mais de 60 milhões.
Contudo, o Mapa reforça que estes dados são baseados em informações declaradas pelos próprios produtores no sistema do órgão.
"Por isso, os números devem ser interpretados como indicativos e não como valores absolutos. A expectativa é que esses dados sejam progressivamente equalizados nos próximos anos, com a ampliação da adesão dos produtores ao sistema."
Em relação ao total de itens registrados, houve um crescimento de 20,4% em 2024, ultrapassando a marca dos 7 mil. No Ceará, foram o número chega a 161 produtos, média de quatro por estabelecimento.
A atividade de fabricação de bebidas gerou um estoque mensal de 141.596 empregos diretos em 2024. Neste cenário, 4,5% do estoque deve-se à fabricação de aguardente de cana-de-açúcar, ou seja, mais de 6 mil empregos diretos.
O Sudeste é a região com maior estoque de empregos mensais, com a marca de 2.954 posições, que corresponde a 46,4% de todos os empregos da fabricação de aguardente de cana-de-açúcar.
De acordo com Carlos Lima, presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), apesar do cenário extremamente desafiador que o setor segue enfrentado, os dados demonstram a resiliência da cadeia produtiva no enfrentamento das barreiras que impedem seu desenvolvimento.
"São dados extremamente animadores pelo crescimento tanto no número de estabelecimentos elaboradores quanto de registros de produto. No entanto, estão aquém do potencial de um setor, que representa a bebida genuinamente brasileira."