O Grupo Vicunha, reconhecido no setor têxtil e também na agroindústria, está prospectando um frigorífico industrial para atender o mercado Halal segmento econômico que atende às necessidades de consumo de produtos e serviços permitidos pela lei islâmica (árabe) em Quixeramobim, município do Sertão Central, a cerca de 212 km de Fortaleza.
A informação foi dada ao O POVO pelo secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, Afrânio Feitosa. Porém, ressaltou que ainda não há nada concreto, já que o encontro foi realizado para apresentar as vantagens do local.
Na reunião, também esteve o CEO da Value Global Group, Ricardo Azevedo, para destacar a questão de logística no Porto Seco José Dias de Macêdo.
Vale lembrar que a empresa é responsável pela construção do terminal multipropósito e multimodal, que terá investimentos acima de R$ 1 bilhão e será na passagem da Ferrovia Transnordestina.
“Nós tratamos de mostrar o município: sua estrutura na parte de educação, saúde, na parte de infraestrutura básica. E, acima de tudo, o nosso plano de atração de investimentos”, disse Afrânio Feitosa.
Este plano inclui, por exemplo, uma lei de incentivo ao desenvolvimento, que foi sancionada na última semana e oferece benefícios fiscais municipais, a chamada “Lei Área Q”. Entre as vantagens estão:
Outro ponto levantado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Quixeramobim são as outras possibilidades que o Grupo Vicunha pode ter para o Porto Seco, como a importação e exportação de algodão e fios.
A prospecção de empresas para o terminal, contudo, não se limita à Vicunha. Como já divulgado anteriormente pelo O POVO, o município negocia com companhias de diversos setores, como fertilizantes, e-commerce, laticínios e tecnologia.
Entre elas, Mercado Livre e Shopee. Hoje, o projeto conta com Vibra (ex-BR Distribuidora), Grupo J Macêdo e Mateus confirmados.
O projeto do Porto Seco em Quixeramobim tem como meta otimizar o transporte de cargas, com estimativas de redução de custos entre US$ 20 e US$ 30 por tonelada.
A estrutura contará com uma derivação do trilho principal da ferrovia com 2.400 metros lineares que permitirá o “estacionamento” do trem e servirá como área de carregar e descarregar, sob o custo de R$ 235 milhões bancados pela Value.
Somente nas obras de construção do porto seco, a Value Global projeta mais de 2,5 mil trabalhadores no auge das atividades.
A empresa também deve investir algo em torno de R$ 350 milhões na primeira fase de intervenções, com previsão de entrega e início de operação para agosto de 2026.