Influenciada, principalmente, pelas baixas nas taxas dos custos relacionados à habitação (-1,82%) e ao transporte (-0,5%), a prévia da inflação de Fortaleza e da Região Metropolitana (RM) em agosto, no comparativo mensal com julho, registrou uma queda de 0,11%.
Nesses segmentos, as maiores baixas foram observadas nos valores das passagens aéreas (-7,53%), da energia elétrica residencial (-7,45%) e do automóvel novo (-2,45%).
O índice, por mais que tenha representado uma redução, foi o segundo maior do Brasil no mês, abaixo apenas do de São Paulo, que foi 0,13%. Estando acima do nacional (-0,14) em 0,3 ponto percentual (p.p.).
O desempenho de desinflação da RMF, assim, segundo o conselheiro do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon-CE), Ricardo Coimbra, "já era esperado". Ele destaca, inclusive, que a taxa foi acima da estimada. "A gente esperava um índice mais significativo. Algo entre - 0,19% a - 0,22%".
Entretanto, o economista ainda define o cenário como "extremamente positivo", pois, para ele, "mostra que a inflação vem convergindo para baixo da meta em nível nacional".
Além disso, Ricardo comenta que mesmo estando acima da meta, "se esse cenário continuar com tendência à deflação ainda nos próximos ciclos, a gente tem aí uma expectativa de uma pequena redução da taxa Selic em 0,25%".
Atualmente, a Selic está em 15% ao ano, o valor foi definido após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
O resultado é medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 26, e se refere às famílias com rendimentos de um a quarenta salários mínimos, independentemente da fonte de rendimentos.
No mês, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro seguiram a tendência de desinflação da Grande Fortaleza: habitação (-1,82%), transporte (-0,5%), artigos de residência (-0,19%) e alimentação (-0,18%).
Por outro lado, as altas ocorreram em despesas pessoais (1,85%), vestuário (1,25%), educação (0,79%), saúde e cuidados pessoais (0,54%) e comunicação (0,03%).
Outros dados apresentados pela pesquisa são os do acumulado do ano e dos últimos doze meses. Conforme o levantamento, nesses recortes, as inflações da Capital e da RM foram de 3,27% e 4,7%, respectivamente.
A prévia da inflação caiu 0,14% em agosto, após registrar 0,33% em julho. O índice foi o menor desde setembro de 2022 (-0,37%) e o primeiro negativo desde julho de 2023 (-0,07%).
A variação de baixa mais intensa veio do grupo habitação (-1,13%), devido à queda na energia elétrica residencial (-4,93%). Também registraram desinflação no mês, alimentação e bebidas (-0,53%) e transportes (-0,47%), grupos, que conforme o IBGE, são os de maior peso no IPCA-15 juntamente com Habitação.
Além deles, comunicação registrou redução de 0,17%. Porém, os demais grupos tiveram altas: despesas pessoais (1,09%), educação (0,78%), saúde e cuidados pessoais (0,64%), vestuário (0,17%) e artigos de residência (0,03%).
Considerando os dados regionais, São Paulo (0,13%) foi a única área com inflação. Já, o menor resultado ocorreu em Belém (-0,61%).
Nos demais recortes temporais, o IPCA-15, no ano, acumula alta de 3,26% e, em 12 meses, de 4,95%, abaixo dos 5,3% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2024, a taxa foi de 0,19%.
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