Uma solução imediata para armazenagem de produtos perecíveis afetados pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. Assim, os diretores da Fracht Log - empresa brasileira que faz parte do grupo suíço Fracht AG -, apresentaram o armazém frigorífico inaugurado nesta terça-feira, dia 9, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
O terminal foi planejado para atender produtos que exigem uma cadeia de frio contínua, como frutas, pescados e carnes, garantindo temperatura controlada do início ao fim do processo. Isso potencializa a vocação do Ceará para a exportação desses produtos com mais segurança e previsibilidade logística.
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), não participou da inauguração, mas enviou uma mensagem de licença ambiental, liberando o funcionamento imediato da empresa.
Por meio das redes sociais, o governador cearense comemorou o fortalecimento de parcerias que geram desenvolvimento para o Ceará.
“O Ceará segue avançando com mais um grande empreendimento. Em reunião com a diretoria do grupo suíço Fracht AG, fortalecemos parcerias e incentivos. A empresa inaugura hoje o terminal que vai integrar rodovia, porto e, em breve, ferrovia, com a chegada da Transnordestina, tornando o Ceará ainda mais forte como hub logístico do Nordeste”, pontuou Elmano de Freitas.
Thiago Abreu, diretor-geral da Fracht Log, afirmou que o empreendimento vai ajudar as empresas que foram prejudicadas pelo "tarifaço", especialmente aquelas que exportavam pescados para o mercado norte-americano e estão impedidas de fazê-lo.
“Viemos para auxiliar essas empresas, permitindo que seus produtos fiquem em condição segura até que novos mercados sejam encontrados ou que as cargas sejam decididas para o mercado nacional", disse o executivo.
Segundo o executivo, as cargas congeladas podem ficar armazenadas entre 30 e 60 dias sem problemas, o que dá tempo para os clientes encontrarem outros destinos.
O empreendimento se posiciona como o único armazém frigorífico para cargas frias e congeladas na região portuária. Isso cria uma necessidade preenchida para produtos como pescados, frutas e outras cargas que requerem controle de temperatura.
Thiago Abreu destacou a localização "estratégica e bem privilegiada", permitindo que produtos de outros estados (não apenas do Nordeste) encontrem no Porto de Pecém um ponto de partida com “tempos mais curtos para viagens" para continentes como América do Norte, Ásia, África e Europa, servindo como um hub para exportadores que buscam eficiência logística.
De acordo com o executivo, já há um contato com cerca de 50 empresas interessadas em trazer cargas. A principal estratégia da empresa, aponta Thiago Abreu, é ser o ponto de referência para armazenamento de cargas frias e congeladas na região portuária, atraindo produtos que necessitam dessa infraestrutura específica.
Segundo Thiago Abreu, a multinacional suíça, viu, no Ceará, um estado estratégico. “O Grupo Fracht AG é um grupo multinacional de origem suíça e enxerga o Ceará como um estado estratégico para o desenvolvimento dos seus negócios no Brasil e na América do Sul. Por isso, o grupo percebeu a oportunidade de erguer um empreendimento inédito nessa região do país: o mais moderno terminal de cargas frias do Ceará. Uma solução logística integrada aos modais rodoviário e marítimo, e muito em breve ao modal ferroviário, com a chegada da Transnordestina ao Pecém”, afirmou.
“Esse é um empreendimento que fortalece a competitividade das empresas importadoras e exportadoras, amplia as oportunidades de negócios no mercado interno nacional e reafirma o papel do Estado do Ceará como protagonista no cenário logístico brasileiro, sem abrir mão da sustentabilidade”, afirmou o diretor-geral da Fracht Log.
Com investimento de R$ 105 milhões, oriundo da Suíça, o armazém frigorífico ocupa uma estrutura de 107 mil m², com 17.000 m² de área construída para armazéns secos e frigoríficos, com capacidade para 174 mil toneladas/ano.
O empreendimento foi projetado para oferecer uma cadeia de serviços completa, incluindo frete marítimo, despacho aduaneiro, armazenagem e transporte, permitindo que os clientes gerenciem todas as etapas do processo logístico com um único parceiro.
Ele visa dar mais competitividade aos produtores e importadores locais, que hoje enfrentam a falta de uma estrutura adequada para cargas sensíveis, levando à movimentação de boa parte desses produtos por outros portos. O projeto foi concebido para alavancar a movimentação de produtos com controle de temperatura no Ceará.
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Empregos
Expectativa da empresa é de que o terminal de cargas frias gere 480 empregos diretos e indiretos na fase inicial do empreendimento