O setor químico do Ceará busca atrair novos investidores por meio de uma combinação de incentivos governamentais, consolidação de polos industriais e a exposição da alta qualidade e inovação de suas indústrias existentes.
De acordo com presidente do Sindicato das Indústrias Químicas do Estado do Ceará, (Sindquímica-CE), Beto Chaves, os incentivos fiscais e tributários do governo são medidas cruciais para fomentar e acelerar a indústria, e consequentemente atrair novos investidores.
“Às vezes o governo acha que a indústria quando bate lá na porta deles parece um 'pidão', né? Mas a questão não é essa. Ao incentivar a cadeia com incentivos fiscais tributários, ele (governo) acelera e fomenta mais a indústria”, diz Beto Chaves.
Segundo ele, o Ceará precisa melhorar nesse aspecto, oferecendo condições de incentivo mais acessíveis, similares a estados vizinhos como Pernambuco, que concedem facilmente incentivos de até 99%. O líder sindical sustenta que o incentivo à indústria é fundamental para gerar empregos, tecnologia, inovação e pesquisa, criando um ambiente propício para investimentos.
Além disso, aponta, a existência de polos industriais, como o Polo Químico em Guaiúba, cidade localizada na região metropolitana de Fortaleza, é uma estratégia que contribui para concentrar e desenvolver a produção local.
Segundo Beto Chaves, o polo busca criar um "DNA industrial" e transformar o município, gerando um mercado latente e oportunidades, o que indiretamente reduz a dependência de produtos externos ao fortalecer a base industrial do estado.
O Sindquímica já iniciou um projeto de remanejamento das indústrias da periferia de Fortaleza para o município de Guaiúba. “Este polo visa transformar o município, criar um DNA industrial e fomentar o crescimento do estado, gerando um "mercado latente" e oportunidades para os cidadãos”, aponta o presidente do sindicato.
O projeto prevê 24 indústrias, com oito já funcionando e sete em construção, e as demais aguardando uma nova fase de infraestrutura governamental.
Beto Chaves informa que o Ceará possui "cases de sucesso", como uma indústria de saneantes que é a quarta maior do setor no mundo e a maior da América Latina, destacando-se pela inovação e levando o nome do estado para o cenário mundial. “Essa visibilidade internacional e a capacidade de alcançar múltiplos mercados (um associado, por exemplo, atua em 47 países) demonstram a resiliência e o potencial de expansão das empresas cearenses”, afirma.
Com o propósito de prospectar novos negócios, o Sindquímica-CE está promovendo a 8ª Expo Ceará Química. O evento começou nesta quinta-feira, 11 de setembro, e prossegue até amanhã (sexta-feira, 12), no Hotel Mareiro, em Fortaleza.
A expectativa é gerar R$ 100 milhões em negócios na feira, que, segundo Beto Chaves, serve como um hub para a aquisição de inovação, tecnologia, bons insumos e bons negócios.
“Ela (a Expo Ceará Química) atrai indústrias de estados vizinhos, como Pernambuco e Piauí, que buscam as novidades do mercado cearense. Isso demonstra a vitalidade do setor e a capacidade do Ceará de ser um centro de referência e fornecimento para a região e, eventualmente, para o Brasil e o mundo”, destaca, Beto Chaves.
Ele destaca a diversidade de setores dentro da indústria do Ceará, que inclui transformação plástica, cosméticos, saneantes, fármacos e tintas, bem como insumos químicos, asfalto e colchões, mostrando o potencial de desenvolver cadeias de produção completas internamente.
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O setor químico ocupa, hoje, a quarta posição no ranking industrial cearense, empregando mais de 16 mil pessoas, de acordo com dados do Observatório da Indústria Ceará