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Maior produtor do Brasil, camarão mais que dobrou em 10 anos no Ceará
Economia

Maior produtor do Brasil, camarão mais que dobrou em 10 anos no Ceará

Ao todo, a produção no Estado chegou a 83,7 mil toneladas, o que representa 57,1% do registrado nacionalmente; confira os municípios com maior número
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CEARÁ respondeu por 57,1% da criação de camarão em solo brasileiro em 2024 (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE CEARÁ respondeu por 57,1% da criação de camarão em solo brasileiro em 2024

Maior produtor do Brasil, a quantidade gerada de camarão no Ceará mais que dobrou em dez anos. Saiu de 35,3 mil, em 2014, para 83,7 mil toneladas, em 2024. Ou seja, um aumento de 136%. 

Em relação a 2023, o crescimento foi de 15,2%. Neste ano, o Estado atingiu 57,1% da criação em solo brasileiro em 2024 (146,8 mil toneladas).

Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira, 18.

Além disso, o valor de produção foi de R$ 1,6 bilhão, equivalente a uma alta de 23% quando comparado ao ano anterior. A estimativa corresponde a um recorde na série histórica do levantamento.

O destaque cearense é o município de Aracati, a 147,3 quilômetros (km) de Fortaleza. Somente ele representa 17,9 mil toneladas, ou 24,2% da produção estadual e 12,2% da nacional.

Mais especificamente, dos dez municípios com as maiores produções de camarão no País, oito estão no Estado. Confira:

  • Aracati (CE): 17,9 mil toneladas
  • Jaguaruana (CE): 12,9 mil toneladas
  • Pendências (RN): 9,6 mil toneladas
  • Russas (CE): 6,1 mil toneladas
  • São João do Jaguaribe (CE): 5,2 mil toneladas
  • Acaraú (CE): 5 mil toneladas
  • Fortim (CE): 4,7 mil toneladas
  • Limoeiro do Norte (CE): 4,4 mil toneladas
  • Goiana (PE): 4,4 mil toneladas
  • Alto Santo (CE): 4,2 mil toneladas

Criação de bovinos, caprinos e ovinos 

Fora o camarão, a PPM detalha que o Estado é o quarto do Brasil em criação de caprinos e também de ovinos, com um rebanho que corresponde a 8,6% e 12% do rebanho nacional, respectivamente.

Entretanto, a quantidade de caprinos diminuiu 1,29%, descendo para 1,14 milhão de animais, e o de ovinos aumentou cerca de 3%, com 2,6 milhões de animais.

Os municípios do Estado que se destacaram na criação dessas espécies foram Tauá, a 337 km de Fortaleza, e Independência, a 305 km, que ficaram, respectivamente, em primeiro e segundo lugar nos dois segmentos.

Especificamente no ramo bovino, houve uma aceleração um pouco maior em 2024, sendo o sétimo ano seguido em crescimento e alcançando 2,86 milhões de cabeças. 

Morada Nova, como em 2023, foi líder no ranking municipal do Estado, contando 104 mil cabeças, ou 3,6% do efetivo estadual. Depois aparece Quixeramobim, Iguatu e Acopiara.

Produção de leite e mel no Ceará

A produção de leite do Ceará alcançou 1,2 bilhão de litros em 2024. O número é 6% a mais que em 2023, com o valor chegando a mais de R$ 2,7 bilhões.

No Estado, Morada Nova é líder com 108,8 milhões de litros de leite. Em seguida, está a cidade de Quixeramobim (75,4 milhões) e Iguatu (57 milhões).

No caso do mel, a produção atingiu a casa das seis mil toneladas, recorde na série histórica do levantamento. Contudo, Santana do Cariri, que era o maior produtor nacional em 2023, caiu para a terceira posição do Brasil. 

Criação de galináceos

O efetivo de galináceos, que inclui galos, galinhas, frangos, frangas, pintinhos e pintainhas, estimado foi de 38,5 milhões de cabeças no do Ceará, um aumento de 3,2% em relação ao ano anterior. Desse total, 16,2 milhões, ou seja, 42,1%, são de galinhas.

Beberibe, a 82 km da Capital, lidera na quantidade de galináceos (4,5 milhões), com aproximadamente 12,1% do efetivo no Estado. Quixadá (3,9 milhões) e Horizonte (2,9 milhões), completam a lista.

Brasil tem recorde nas produções de leite, ovos de galinha e mel

O valor de produção na PPM 2024 chegou à marca de R$ 132,8 bilhões, alta de 8,8% em relação ao ano anterior.

Os produtos de origem animal levantados na pesquisa (leite de vaca, ovos de galinha e de codorna, mel, casulos-do-bicho-da-seda) atingiram R$ 121,1 bilhões, alta de 8,2% em relação a 2023, e os itens da aquicultura foram responsáveis por R$ 11,7 bilhões, aumento de 15,4%.

O efetivo bovino atingiu 238,2 milhões de cabeças em 2024, o segundo maior da série histórica iniciada em 1974, sendo superado apenas pelo total registrado em 2023. 

Em relação à variação negativa em 0,2% no efetivo de bovinos de um ano para outro, a analista da PPM, Mariana Oliveira explica: “Nesse caso, a queda de bovinos ocorre em função do ciclo pecuário. Há alguns anos o abate de fêmeas está elevado, em função dos preços do bezerro e da arroba, que desestimularam a retenção de fêmeas para reprodução, sendo assim era esperada uma redução no rebanho.”

Já a produção de leite atingiu novo recorde ao atingir 35,7 bilhões de litros, um aumento de 1,4% em relação ao ano anterior. O preço médio estimado pago ao produtor foi de R$ 2,45 por litro de leite, um aumento de 7,9% em comparação aos R$ 2,31 pagos no ano anterior.

“Ao longo dos anos existe uma alternância entre as regiões Sul e Sudeste na liderança entre as Grandes Regiões com a maior produção de leite no país. Atualmente, o Sudeste lidera após três anos de liderança da Região Sul”, explicou Mariana Oliveira.

Outro ponto é que se estimou 1,6 bilhão de cabeças de galináceos no Brasil, um aumento de 1,7% em relação ao ano anterior, equivalente a 26,8 milhões de animais a mais. O efetivo nacional de galinhas também atingiu um recorde, com 277,5 milhões de cabeças, um aumento de 6,8%.

Por outro lado, a produção nacional de mel cresceu 4,9% em 2024, totalizando 67,3 milhões de quilos, o mais alto valor já registrado na série histórica da pesquisa, que desde 2016 apresenta crescimentos consecutivos e, desde 2018, a cada ano, alcança recordes na estimativa.

A Região Nordeste manteve o primeiro lugar entre as Grandes Regiões, com um aumento de 3,5% no seu resultado, sendo responsável em 2024 por 39,4% do total nacional. Nela destaca-se o Piauí, com 12,8% da produção nacional, seguido por Ceará, Bahia e Maranhão. O maior produtor nacional, no entanto, é o Paraná.

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