O Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará cresceu 3,86% no segundo trimestre deste ano, em comparação com igual período de 2024. O resultado que supera a média nacional, de 2,2% é puxado pelo bom desempenho da Agropecuária, com alta de 17,73%. Mas, Indústria e Serviços também registraram crescimento no período.
Os números foram divulgados, nesta quarta-feira, 17, pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). No comparativo com o 1º trimestre deste ano, a economia cearense cresceu 0,39%. Já no primeiro semestre, a alta ficou em 4,15%, enquanto, no acumulado dos últimos quatro trimestres, o avanço chegou a 5,58%.
Os resultados da economia do Ceará são destaques na comparação com os números nacionais, que foram: 0,4% comparativamente ao primeiro trimestre deste ano; 2,5% no primeiro semestre; e de 3,2% no acumulado dos últimos quatro trimestres.
Na análise do PIB por setor, todas as três atividades monitoradas no Estado (Serviços, Agropecuária e Indústria) cresceram acima da média do País. A taxa de crescimento da Agropecuária cearense, de 17,73%, superou o resultado brasileiro, de 10,1%.
Segundo o Ipece, as atividades da pecuária contribuíram com o crescimento do setor, influenciado principalmente por leite, rebanho bovino, galináceos e suíno. A produção de grãos (milho, feijão e arroz) também cresceu e no grupo das frutas os destaques foram melão e melancia.
O PIB da Indústria no Estado foi de 3,54%, enquanto o do Brasil foi de 1,1%, segundo o Ipece. Já Serviços apresentou taxa de crescimento de 2,94%, quase um ponto percentual acima da média brasileira (2%) na mesma base de comparação.
O governador Elmano de Freitas (PT) comemorou o resultado e destacou o papel do setor produtivo. “Esse resultado é fruto de muito trabalho e parcerias com o setor produtivo, garantindo mais investimentos, empregos e oportunidades para os cearenses”, afirmou em postagem nas redes sociais.
Para o secretário estadual de planejamento e gestão, Alexandre Cialdini, o bom desempenho da economia mostra que o Ceará está preparado para buscar novos mercados e expandir suas fronteiras de exportação, superando a grande dependência atual das exportações para os Estados Unidos.
“Nós estamos preparados para ir atrás de outras fronteiras de possibilidade de produção. Nós estamos preparados para ir atrás de outras fronteiras de exportação, como o Brics, especificamente a Índia, país hoje mais populoso do mundo, um país aberto a processo de exportação", afirma Cialdini.
A fala do secretário é uma referência à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, em vigor desde o início de agosto.
O crescimento da economia cearense no segundo trimestre de 2025 superou, inclusive, os resultados de São Paulo, de 0,4%; da Bahia, de 2,1%, e do Espírito Santo, de 3,4%. Aliás, o PIB do Ceará, no primeiro trimestre deste ano, de 4,18%, já tinha também superado o índice baiano, de 3,2% naquele período, bem como o número paulista, que foi de 2,3%.
“Apesar de muitas adversidades, nós estamos conseguindo superar em taxas o crescimento de São Paulo, o crescimento do Centro-Oeste como um todo, o crescimento do Brasil”, afirma Alexandre Cialdini.
A previsão do PIB do Ceará para 2025 (terceira do ano) é de um crescimento de 3,15%, resultado que é superior à segunda revisão deste ano (junho), de 2,78%.
A perspectiva para o PIB cearense para 2025, ainda em dezembro de 2024, era de 2,51%, mesmo índice mantido na primeira previsão (março) deste ano.
Em todas, as estimativas para a economia cearense superam as do Brasil, de 2,16% (setembro); 2,20% (junho); 1,99% (março) e de 2,0% em dezembro de 2024.
Além do Ceará, mais 11 estados brasileiros realizam o cálculo do PIB, indicador que mostra a tendência do desempenho da economia no curto prazo: Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Sul, São Paulo, que utilizam a mesma ponderação das Contas Regionais. É calculado com base nos resultados dos três setores, Agropecuária, Indústria e Serviços e desagregados por suas atividades econômicas.
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Agropecuária teve o maior destaque
Analistas do Ipece avaliam que o bom resultado do PIB cearense foi impulsionado por uma combinação de fatores: o crescimento extremamente intenso da Agropecuária, o desempenho sólido da Indústria e o avanço do setor de Serviços, que é o de maior peso na economia local
O diretor geral do instituto, Alfredo Pessoa, afirma que o crescimento do PIB do Ceará no segundo trimestre de 2025 foi impulsionado por um desempenho positivo em todos esses três grandes setores. Cada um deles, avalia Alfredo, teve um papel relevante, seja pela intensidade do crescimento ou pela sua participação na economia cearense.
Com um crescimento expressivo de 17,73%, a agropecuária teve o maior destaque em termos de taxa de crescimento, impulsionando significativamente o resultado geral do PIB.
Sua principal relevância no período foi a intensidade do seu crescimento, que foi muito superior ao desempenho do mesmo setor no Brasil (10,1%) e dos outros setores da economia cearense.
O setor de serviços cresceu 2,4%, um resultado superior ao do Brasil, que foi de 2%. De acordo com o analista Alexandre Lira, apesar de não ter a maior taxa de crescimento, o setor de Serviços é fundamental para a economia do estado devido ao seu tamanho, pois apresenta a maior participação na economia cearense.
“Portanto, mesmo um crescimento percentual menor tem um impacto absoluto muito grande no resultado final do PIB”, explica Lira.
A indústria cearense também contribuiu positivamente, mostrando um desempenho mais robusto que a média nacional. Cresceu 3,54%, superando com folga o crescimento da indústria no Brasil, que foi de 1%.
Previsão de alta do PIB do Ceará em 2025 é de 3,15%
A previsão do PIB do Ceará para 2025 foi revisada para cima pelo Ipece e chegou a 3,15%. O percentual está acima das estimativas de junho (2,78%).
Em dezembro de 2024, era de 2,51%, mesmo índice mantido na primeira previsão (março) deste ano. Todas as estimativas para a economia cearense superam as do Brasil: 2,16% (setembro); 2,20% (junho); 1,99% (março) e de 2% em dezembro de 2024.
O diretor geral do Ipece, Alfredo Pessoa, afirma que o crescimento do PIB do Ceará no 2º trimestre foi ancorado pelo bom desempenho dos três setores. Cada um deles, avalia, teve um papel relevante, seja pela intensidade do crescimento ou pela sua participação na economia.
Com um crescimento expressivo de 17,73%, a Agropecuária teve o maior destaque em termos de alta, mas é o setor de Serviços que tem maior peso na economia cearense.
"Portanto, mesmo um crescimento percentual menor tem um impacto absoluto muito grande no resultado final do PIB", corrobora o analista de políticas públicas do Ipece, Alexsandre Lira.
Segundo o relatório, em Serviços, destaque para as atividades de transporte, armazenagem e correios (6,06%); serviços prestados às famílias (6,05%); serviços de alojamento e alimentação (4,22%); e comércio e serviços de manutenção e reparação de veículos (3,79%).
Sobre a Indústria, o Ipece explica que a despeito do ritmo menos intenso do que o registrado nos trimestres anteriores, algo já esperado, a atividade segue na sua trajetória iniciada no final do ano de 2023. "Nos meses de abril a junho 2025, em relação ao mesmo período do ano anterior, a expansão do Valor Adicionado Bruto (VAB) da atividade industrial, em termos reais, foi de 3,54%. Neste recorte, os segmentos da Indústria da Transformação e de Eletricidade, gás e água foram as principais contribuições positivas para o desempenho do setor no Ceará."
Taxa de crescimento do PIB
PIB
Ceará - 3,86%
Brasil - 2,2%
Agropecuária
Ceará - 17,73%
Brasil - 10,1%
Indústria
Ceará - 3,54%
Brasil - 1,1%
Serviços
Ceará - 2,94%
Brasil - 2%
*Comparativo em relação apo 2º trimestre de 2024
Fonte: Ipece