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Mirtilo, framboesa e amora preta serão testados no Ceará
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Mirtilo, framboesa e amora preta serão testados no Ceará

Memorando de entendimento assinado entre a SDE e a Emco Cal mira o teste de uma nova variedade das frutas na Serra da Ibiapaba
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Mirtilo que será testado pela Emco Cal tem produção precoce e alta qualidade (Foto: Thais Mesquita (2021))
Foto: Thais Mesquita (2021) Mirtilo que será testado pela Emco Cal tem produção precoce e alta qualidade

O Ceará terá terras para o cultivo de novas variedades de mirtilo, framboesa, amora preta e morango pela empresa Ekland Marketing Co. (Emco Cal), segundo informou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).

A iniciativa, selada por um memorando de entendimento entre as partes, é mais um esforço local para ter mais culturas de valor agregado no Estado e será implementada na Serra da Ibiapaba.

“A Emco Cal será a responsável por trazer a genética dessas novas variedades para o Ceará. O Governo do Estado, por sua vez, fará o trabalho de difusão de tecnologia em relação às variedades mais produtivas”, diz comunicado da SDE.

Um trabalho de acompanhamento dos experimentos e “interlocução com os agricultores locais para a implementação dessas culturas” também fica a cargo da SDE.

Variedades das frutas

Silvio Carlos Ribeiro, secretário executivo do Agronegócio da SDE, informa que os testes pela empresa vão ser iniciados com uma variedade de morango branco. De acordo com a secretaria, a Emco Cal é reconhecida internacionalmente pelo trabalho de melhoria genética desta fruta.

Mas também serão cultivados mirtilos do tipo “culpa”, considerados de alta produtividade. De origem espanhola, a fruta tem produção precoce, alta qualidade e se adapta a condições climáticas que exigem poucas horas de frio.

Em junho do ano passado, o governo cearense recebeu os especialistas neste tipo de mirtilo. Um grupo de espanhóis da cooperativa Cuna de Platero - juntamente com representantes da King Berries, a maior produtora de mirtilo do Brasil, e do grupo West Agro - visitaram a Serra da Ibiapaba e o Porto do Pecém.

Produzidas no Ceará, a maioria dessas novas qualidades de frutas mira o mercado internacional. A demanda já reconhecida no Exterior e o clima que possibilita a produção em janelas de exportação nas quais os grandes produtores mundiais não têm colheita justificam a prática.

Expansão

“É o início. Vamos agregar valor aos produtos do Ceará. A expectativa é que a iniciativa, ao envolver instituições acadêmicas e de pesquisa, promova a inovação e o desenvolvimento de culturas de alto valor agregado no agronegócio cearense”, afirma Silvio Carlos.

O contato da Emco Cal aconteceu após uma visita do Governo do Ceará a Huelva, no sul da Espanha. A empresa diz ter quatro frentes de atuação:

  • Implementa ensaios e a avaliação de novas culturas desenvolvidas por importantes programas de desenvolvimento de variedades.
  • Trabalha diretamente com produtores e comerciantes para selecionar e levar ao mercado as melhores novas variedades que atendam às necessidades de comercialização da região.
  • Concede licenças a propagadores e entidades de comercialização para a utilização de novas cultivares.
  • Administra programas de royalties adaptados às necessidades de produtores, comerciantes e proprietários de variedades em diferentes regiões de produção.

“Inicialmente, os testes serão feitos na Ibiapaba, mas depois vamos fazer testes no Cariri e em outras regiões porque, com a gama de produtos que a empresa tem, nos permite fazer testes em vários locais para ver a adaptação dessas variedades. É um trabalho em parceria com a empresa, mas também que vai envolver muito as instituições acadêmicas e pesquisas”, conclui o executivo da Secretaria.

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