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Time da Série B do Estadual vai se tornar a primeira SAF do Estado do Ceará
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Time da Série B do Estadual vai se tornar a primeira SAF do Estado do Ceará

Grêmio Pague Menos já fez a separação entre as partes social e profissional para se tornar um clube-empresa. Foco da diretoria está na formação e captação de atletas para atender o mercado da bola
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Cefat será a primeira SAF do Estado, ainda em 2022 (Foto: Divulgação/CEFAT)
Foto: Divulgação/CEFAT Cefat será a primeira SAF do Estado, ainda em 2022

A primeira Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Estado do Ceará deve ser registrada no segundo semestre do ano e terá sede em Fortaleza. O pioneiro na transição para clube-empresa por aqui será o Grêmio Recreativo Pague Menos, time que disputa a Série B do Campeonato Cearense.

Os membros do Grêmio já aprovaram as mudanças necessárias, como permitir a contratação de profissionais não vinculados à empresa que dá nome à equipe, bem como promoveram a cisão entre o futebol profissional e parte social, o que significa que o clube (físico) continuará existindo e atendendo a comunidade do Tirol, no bairro Jacarecanga — inicialmente era um local de lazer apenas para funcionários da Pague Menos, mas depois passou a atender aos moradores do local — em paralelo com os trabalhos esportivos que visam retorno.

Para cuidar do futebol, criou-se o Centro de Formação de Atletas do Tirol (Cefat), que inclusive deverá ser o nome da equipe de futebol a partir de então. O foco do clube, no entanto, não estará no time principal, mas na formação de atletas de alto rendimento.

O Tirol/Cefat já tem até um parceiro forte no futebol nacional. O clube vai funcionar como um captador oficial do Flamengo-RJ e o Rubro-Negro terá prioridade na escolha dos jogadores formados pela equipe cearense. “Hoje o Cefat busca dentro do mercado os atletas e apresenta para o Flamengo, que diz se quer ou não quer. Se ele não quiser, pode-se negociar com outras equipes”, contou o diretor jurídico do clube, Guilherme Magalhães.

Alguns funcionários do Tirol, inclusive, estão no Rio de Janeiro, no Ninho do Ururbu, sendo treinados pelos profissionais do Flamengo, com o intuito de ter um padrão de trabalho. Guilherme explica também a importância do chamado caderno metodológico. “É extremamente importante a parte de análise de desempenho e de mercado, as variantes que são estabelecidas para cada atleta, como o mercado deseja um lateral-direito ou um zagueiro. Vou buscar (peças) dentro do que é estabelecido dentro dessa análise de desempenho, para jogar dentro da análise mercadológica e a partir daí buscar atletas nesse perfil e formar atletas nesse perfil”, explicou Guilherme.

A projeção da diretoria do clube é que de cada 100 atletas, seis se tornem profissionais e o clube terá todos os direitos (porcentagens) resguardadas sobre eles. Quanto ao restante, a expectativa é formar cidadãos, já que para treinar no Tirol é necessário um cuidado específico com as questões escolares e é oferecido a todos acompanhamento psicológico, pedagogo e de outras formas.

O empresário Deusmar Queirós é o presidente do Tirol/Cefat e principal acionista do clube. Ele espera conseguir parceiros que acreditem nesse modelo de negócio e ajude na expansão do projeto. Guilherme Magalhães afirma que já existem algumas pessoas interessadas com as quais a diretoria conversa desde o ano passado.

“O ponto que vira a chave entre um clube com caráter associativo e sem fins lucrativos para uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) é a ideia da transparência, da fiscalização e da governança”, disse o diretor jurídico do Cefat, afirmando que é dessa forma que se atraem investidores.

Um segundo centro de treinamento já está sendo construído, próximo do primeiro, e terá capacidade para alojar até 50 atletas. A ideia é trabalhar com jovens de 9 a 20 anos. Até os 12, todos vão treinar apenas futsal, passando ao campo para as modalidades sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20.

O time profissional não é o foco principal por ora, mas é necessário que ele exista, até porque justifica a SAF. O investimento para a conversão em clube empresa, em termos de documentação, não é alto e a diretoria do clube já tem tudo bem encaminhado. Busca-se ainda o certificado de clube formador.

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