Em paralelo à acachapante goleada sofrida para o Flamengo-RJ, um outro tema ganhou força nos debates entre torcedores do Fortaleza após o jogo no Maracanã, no final de semana passado: por que o volante Zé Welison, que tinha negociações com outro clube para deixar o Pici, foi escalado e, consequentemente, completou os sete jogos no Brasileirão, o que o impede de se transferir para outra equipe da elite nacional.
De fato, o jogador, que tem contrato até o final de 2026 com o Leão, tinha a situação bem avançada com outro time nordestino, o Vitória-BA. A saída do camisa 17 era iminente e a tendência era de que ele não enfrentasse o Mengo, mas tudo mudou — por decisão do próprio atleta. Diante da escolha do volante e com poucas opções no setor, Vojvoda o escalou como titular no duelo no Rio de Janeiro.
A informação foi divulgada pelo colunista Afonso Ribeiro, do Esportes O POVO. Dias antes do jogo contra o Rubro-Negro carioca, quando as negociações entre Zé Welison e o Vitória avançaram, o técnico Juan Pablo Vojvoda conversou com o volante de forma particular. No papo, o técnico argentino elogiou e disse que gostaria de contar com o atleta, mas o deixou à vontade para decidir seu futuro, sem tentar convencê-lo a continuar.
Zé Welison, inclusive, havia dado sinal positivo para o Fortaleza realizar as tratativas com o Vitória, e as conversas entre os clubes estavam seladas por acordo — a diretoria tricolor já tinha aceitado a oferta financeira do time baiano. O volante, entretanto, contrariou o curso natural que se desenhava e, após reflexões e conversas com pessoas próximas, incluindo familiares e empresário, decidiu seguir no Pici.
No dia a dia no Centro de Excelência Alcides Santos, as movimentações pela reformulação do elenco seguem acontecendo — contexto que se potencializa com a chegada de Sérgio Papellin ao cargo de diretor de futebol. No mercado da bola, as prioridades do Fortaleza ficam voltadas para o setor do meio-campo e de ataque, posições de maior carência técnica atual da equipe.
Além do já anunciado Matheus Pereira, o Tricolor tem situação encaminhada com o chileno Diego Valdés, do América do México. Papellin, em entrevista coletiva concedida na terça-feira passada, também revelou o desejo de contratar um primeiro volante com características de marcação. O dirigente chegou a dizer que tem um nome interessante em seu radar, mas que ainda conversaria com Marcelo Paz sobre a possibilidade de trazê-lo.
No ataque, reforços também se fazem necessários. Nos últimos seis jogos disputados pelo Fortaleza, a equipe marcou apenas um gol, sobre o Retrô-PE, time da terceira divisão nacional, pela Copa do Brasil. Jogadores como Deyverson, Lucero, Marinho e Pikachu, que deveriam exercer papel de protagonismo, não estão rendendo.