COMBUSTÍVEIS A política de preços da Petrobras, em paridade com o mercado internacional, tem deixado o mercado atônito. O mais recente aumento, de 10,2% no preço médio da gasolina e de 15,1% no litro do diesel que é vendido nas refinarias, chega às distribuidoras quando sequer o consumidor tinha absorvido os reajustes da semana anterior. Se continuar neste ritmo, não tardará que a gasolina hoje encontrada nos postos cearenses por até R$ 5,34, ultrapasse a marca dos R$ 6 o litro.
E olha que o repasse que está chegando ao consumidor não é na mesma proporção do das distribuidoras. Enquanto nas refinarias, a gasolina subiu quase 35% em menos de dois meses, na bomba, a alta foi de 5,23%. Ainda assim, está caro.
Não há trégua, sequer para se organizar financeiramente. Até porque não são apenas R$ 0,24 a mais na gasolina. É também o gás de cozinha, o arroz, o feijão, a inflação. Não há bolso que suporte uma economia dolarizada, quando a renda dos brasileiros é reajustada em reais, a moeda mais desvalorizada do mundo.
E, em meio a tudo isso, o Governo trilha o caminho mais fácil: o de transferir a culpa. À pandemia, à crise, aos governadores. Por fim, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que colocará um general à frente da estatal, mas sem interferir na política da empresa. Não é simples, precisa do aval do conselho de administração. Mas ainda que fosse, não há como fazer omelete sem quebrar os ovos. No caso, debater de forma mais ampla a política econômica e tributária brasileira.