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É mais que comum em anos eleitorais que gestores públicos mexam no secretariado. É preciso liberar quem deverá ser candidato, seja por querer ou por estratégia de um grupo político, e tentar dar um gás a mais para chegar com uma boa vitrine para si ou para aliados. Em abril, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT) já tinha dado uma sacudida na gestão e, agora, foi a vez do governador Elmano de Freitas (PT).
O gestor mudou logo de cara o titular da segurança, área sensível, não só em seu mandato, mas uma herança de seu antecessor Camilo Santana (PT). O aumento dos números de homicídios já tinha custado caro na moeda política com críticas de pré-candidatos em Fortaleza e, para a população, principal afetada se os resultados vão bem ou mal, a sensação de insegurança batia na porta trazendo o medo.
A fala anterior do secretário de que os números eram "razoáveis" foi a gota d'água. Mas não só o setor da segurança foi alvo das mudanças de Elmano, que será um dos principais cabos eleitorais de Evandro Leitão (PT) na Capital. Na infraestrutura, tanto o secretário como o titular da Superintendência de Obras Públicas foram alterados.
Era outro setor custoso politicamente. Basta lembrar algumas farpas com Sarto: Ponte dos Ingleses, Acquario e Lagoa da Maraponga. Todas relacionadas com obras. Em Juazeiro do Norte, Gledson Bezerra (Podemos) também cobrava o Governo. Luísa Cela deu adeus à gestão e, embora tenha acontecido atritos com a classe artística, sua saída aquece o campo eleitoral. Ela é cotada para assumir a vice de Evandro.
Na movimentação, Elmano reconhece que os resultados precisam melhorar, afinal, já faz um ano e seis meses de gestão. É tempo de resultados. É preciso arrumar a própria casa para evitar críticas e poder subir no palanque para mostrar o exemplo de que, sob sua asa, seria melhor. Quando se aponta um dedo, outros três apontam de volta.