O projeto das "Bíblias nas escolas" já era velho conhecido da Assembleia Legislativa. Tinha sido apresentada em 2022, mas arquivada. Tentativa anterior, em 2018, de colocar Bíblias nas escolas já tinha passado pelo conhecimento do governador Elmano de Freitas (PT), na época deputado.
Então, poucos dias antes da campanha eleitoral, ele sobe no palco de um evento evangélico, ao lado do autor da proposta, o deputado Apóstolo Luiz Henrique (Republicanos), e promete a aprovação do projeto. O texto original até versava sobre mais que só colocar o livro religioso nas escolas.
Com empenho do governo, foi incluída uma emenda para incluir outros materiais religiosos além da Bíblia. Foram corrigidas também questões legais de dúvidas sobre a laicidade do Estado. O deputado ficou feliz, assim como seu grupo político. O parlamentar ressaltou que não tem como saber as intenções do governador, "a consciência do Elmano só quem conhece é ele e Deus".
Elmano nunca escondeu que era religioso, que tem sua fé, mas é curioso o "timing" para o abraço na pauta. Outros candidatos também buscam conquistar o público religioso, as vices de André Fernandes (PL) e Capitão Wagner (União) são ligadas a igrejas, por exemplo. O PT é taxado por seus adversários de ser contra a religião. Mostra que, na verdade, valoriza. Mas da consciência do governador só ele e Deus. O resultado do carinho? Vem chegando outubro.