Sob a temática “A invenção do Nordeste e os seus lugares de saber”, o historiador Durval Muniz realizou palestra nesta segunda-feira, 7, no auditório da reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). Na ocasião, também celebrou o lançamento de sua nova obra, “A pele da história: corpo, tempo e escrita historiográfica”.
A ação foi promovida em parceria do Colégio de Estudos Avançados (CEA) da UFC e o Centro Universitário Farias Brito (FB Uni). Para o diretor do CEA, Tarcísio Pequeno, o livro de Muniz, intitulado “A invenção do Nordeste e outras artes”, tornou-se “um clássico”. “E aqui na palestra ele vai atualizar muitas coisas”, disse.
Sobre a evolução da temática, Muniz destaca a agregação de outros elementos. “Na verdade, fui agregando uma série de outros elementos, até porque já foi uma pesquisa imensa e deixei coisas de fora”, explica.
“Eu vou trabalhando uma série de outras temáticas que vão surgindo e se articulando”, acrescenta. “Tenho trabalhado com a questão do Nordeste contemporâneo, porque as pessoas acham que não é contemporâneo, que está no passado”.
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Para Tales de Sá Cavalcante, atuando como reitor do FB Uni, um dos aspectos mais importantes do evento culmina na “parceria entre a universidade federal e uma universidade particular”, que espera ser duradoura.
“A educação é uma só, o ensino é um só. Não é pelo fato de ser pública que ela tem que ficar restrita aos seus muros, e não é pelo fato de ser particular que o Centro Universitário, o FB Uni, vai ficar restrito aos muros de lá”, indica. “O importante é que se entrosem. E a cultura e a educação cearenses saem ganhando”.
Durante a palestra, assistida pelo público dos dois centros acadêmicos, o historiador convidado discorreu ainda sobre como a invenção regional do Nordeste foi reproduzida por uma série de instituições, inclusive dentro da universidade.
“O regionalismo nordestino vai justamente se tornar o regionalismo mais forte do País, aquele que efetivamente conseguiu produzir uma região que faz parte da identidade da sua população”, reflete.
Com a finalização dos pontos expostos por Durval Muniz, a audiência se reuniu para o lançamento da obra “A Pele da História”.
“O fio condutor da pesquisa é o cangaço, porque é muita violência contra os corpos, não só da parte dos cangaceiros, mas daqueles que os combatiam”, finaliza.
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