O Centro de Eventos é um lugar frio, apático, embranquecido. Poucos são os eventos que conseguem levar um pouco de cor - e de calor! - para aquele elefante branco. A Bienal Internacional do Livro do Ceará - em todas as suas edições - se destaca por transformar os mezaninos tristes em um lugar de encontro, de palavra, de fogueira, de emoção. E a XV edição não poderia ser diferente.
Pelos corredores, ao longo dos últimos nove dias, muitos abraços e muitas compras de obras literárias - além de pessoas interessadas em partilhar leituras e conhecer novos autores. Para além do entendimento da feira de livros como um (monstruoso) negócio, a Bienal tem a capacidade de reunir pessoas já interessadas na palavra. Muito comum encontrar amigos que não víamos há tempos e livros que desejávamos comprar - mas ficavam esquecidos no carrinho.
Apesar das reclamações constantes sobre o preço dos exemplares - algo que não é necessariamente novo no mercado brasileiro - o cenário visto era de muita fartura. Apenas os vale-livros distribuídos pelos governos Estadual e Municipal para os docentes da rede pública injetaram mais de R$ 5 milhões na feira. Entre o público, a sensação era constante: "Tem na Amazon? Até que tem, mas vou aproveitar logo que estou aqui".
É a força da palavra escrita movimentando negócios. Neste domingo, 13, nos despedimos de mais uma edição da Bienal do Livro do Ceará com gostinho de "até a próxima".