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A quem pertence o futuro da Igreja Católica?
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A quem pertence o futuro da Igreja Católica?

Francisco traçou alguns caminhos do futuro da Igreja Católica, agora vamos assistir o que será a realidade
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Foto de 21 de abril de 2025 mostra o papa Francisco em seu caixão aberto durante o rito da Confirmação da Morte do Pontífice na Capela de Santa Marta, no Vaticano (Foto: Divulgação / VATICAN MEDIA / AFP)
Foto: Divulgação / VATICAN MEDIA / AFP Foto de 21 de abril de 2025 mostra o papa Francisco em seu caixão aberto durante o rito da Confirmação da Morte do Pontífice na Capela de Santa Marta, no Vaticano

Francisco partiu sem alardes na manhã que sucedeu a data mais importante do calendário litúrgico da Igreja Católica: a Páscoa de Jesus Cristo. Não haveria momento mais simbólico para subida à casa do Pai. Sereno e atrevido, diante do quadro que encarava, despediu-se dos fiéis ali, naquela tão solene celebração. Se pregou misericórdia, certamente a recebeu ao protagonizar esse roteiro.

O jesuíta que escolheu o nome do santo que guia os franciscanos já prenunciava, nesse rebatismo, a simplicidade que pretendia imprimir em seu pontificado. A revolução que promoveu ao conduzir uma instituição tradicionalista, alicerçada em dogmas, conquistou ao redor de todo o mundo até quem não era adepto ao cristianismo.

Clamou por uma igreja em saída, aproximou religiões, direcionou os refletores globais para temas emergentes. Debruçou-se sobre mudança climática, rogou pela paz diante de conflitos humanitários, permitiu bênção a casais homoafetivos e orientou o acolhimento a casais de segunda união. Desagradou conservadores, mas também o foi. Condenou o aborto e, assim, a luta pela garantia de direitos reprodutivos das mulheres.

É neste espaço paradoxal que o primeiro Sumo Pontífice latino-americano deixa o trono de São Pedro para o seu sucessor. Um legado forte e controverso. Ampliou os espaços geográficos e culturais da eleição de um líder religioso, mas também de um chefe de Estado, ao indicar 108 dos 135 cardeais aptos a participarem do conclave. O grupo, todavia, é composto por nomes ligados aos antecessores Bento XVI e João Paulo II.

O Brasil foi seu primeiro destino internacional, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2013. No papamóvel, a poucos metros de mim, acenou aos fiéis. Com sua trajetória, acenou para como deseja ser conduzida a Igreja Católica. Aplainou o caminho, mas já não repousam em suas mãos os rumos. Se pertence a Deus, o futuro também depende da influência que o catolicismo está disposto a exercer nos próximos anos.

 

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